Publicado em 19/07/2022 às 16:29, Atualizado em 19/07/2022 às 20:33
Jorge de Souza Filho era paraplégico e morreu após ser deixado sozinho em casa e tomar veneno para ratos
Acusada de induzir o marido a tirar a própria vida ingerindo veneno, Sônia Ribas Teixeira, de 61 anos, foi absolvida nesta terça-feira (19) pelo Tribunal do Júri de Campo Grande. Jurados consideraram que não havia provas suficientes para condená-la.
Jorge Mendes de Souza Filho era paraplégico e segundo a denúncia, ingeriu veneno de rato no dia 2 de outubro de 2016, na residência onde morava, na Vila Santo Amaro. Ele morreu no dia 15.
Ainda de acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Sônia e Jorge conviveram juntos por 28 anos, sendo que comandavam um bar no bairro. Como o homem era paraplégico há 35 anos, Sônia já teria afirmado que estava cansada de cuidar dele, em comentários feitos no próprio bar do casal. A vítima estava supostamente sendo maltratada e mantida em cárcere.
No dia 2, Jorge teria ligado para um amigo dizendo: "Elas querem me matar e não vão avisar ninguém, não deixe isso acontecer, não deixe isso acontecer". Ele se referia a Sônia e a filha dela.
Ainda conforme a acusação, as duas induziram Jorge a tomar o veneno de rato, o deixando trancado na casa e com a substância ao seu alcance. “Induzimento e instigação, deixou ele em isolamento, deixado do convívio social, em cárcere. Induziu a pessoa que é paraplégica a cometer um ato insano”, afirmou o promotor do Ministério Público José Arturo Iunes, durante o júri, complementando que “não é crível que uma pessoa paralítica, numa cadeira de rodas, deitada na cama” tenha conseguido encontrar o veneno.
Apesar dos depoimentos e dos argumentos da acusação, para os jurados, faltaram provas para condenar a viúva pelo crime previsto no artigo 122 do Código Penal.