Publicado em 29/11/2022 às 17:09, Atualizado em 29/11/2022 às 21:14
Em depoimento, idoso não assumiu o crime e deu informações conflitantes à Polícia Civil
A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva do idoso de 60 anos acusado de obrigar a neta de 10 a ingerir óleo de motor. O caso aconteceu no domingo (27) na Aldeia Guayvyri, em Aral Moreira. A menina acabou morrendo e o homem foi preso em flagrante.
Em depoimento na 1ª Delegacia de Ponta Porã, o acusado deu informações conflitantes e não assumiu em nenhum momento o crime. Ele ainda chegou a dizer que não sabia o porquê de estar sendo acusado já que em nenhum momento teve contato físico com a menina, mas a versão foi mudada logo em seguida e ele alegou que chegou a dar comida para a vítima.
Questionado sobre ter ameaçado a mãe da menina no dia do crime, ele chegou a dizer que foi para a roça e quando voltou ninguém estava em casa, mas também mudou a versão e alegou que ao chegar viu a menina e deu a ela um copo com água.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) requereu que a prisão fosse convertida para preventiva, já a Defensoria Pública pediu que o fosse concedida a liberdade provisória com medidas cautelares.
Na decisão, a juíza plantonista, Tatiana Decarli, afirmou que manter o réu preso é necessário por conveniência da instrução criminal, além de manter a ordem pública, já que o delito praticado é de gravidade anormal com grande abalo. Com isso, ela converteu a prisão para preventiva com mandado válido até 27 de novembro de 2042.
Brigas - À polícia, uma testemunha disse que o suspeito puxava a faca ameaçando a filha, mãe da criança, durante as brigas que eram frequentes. Ela disse que ao ser informada sobre o fato foi até a casa da criança e a encontrou morta com um líquido preto na sua boca e nas mãos.
Segundo a testemunha, a irmã mais velha da vítima disse que o avô era responsável por matar a criança. Ainda de acordo com outras testemunhas, era comum encontrar o suspeito embriagado nas dependências da aldeia.
Segundo a mãe da vítima, mulher de 34 anos, no sábado saiu de casa e levou o filho de 5 anos após ser ameaçada de morte pelo pai. Ela disse que deixou a criança, mas intenção era voltar para buscar a filha no outro dia. No domingo, por volta das 8h, ela retornou a casa para buscar a criança, mas cerca de 1 hora depois, a menina começou a vomitar um líquido de cor preta, que imagina ser óleo de motor. Segundo ela, acredita que o pai matou a neta por vingança.
Caso - A criança era PcD (pessoa com deficiência), tinha mobilidade reduzida, não falava e aparentava ter idade inferior, situação que, conforme a polícia, a impossibilitava de se defender dos ataques do avô. Segundo apurado pela polícia, ela morreu após ser forçada pelo avô materno a ingerir óleo de motor. O caso aconteceu por volta das 14h30 do último domingo (27), em Aral Moreira.
Credito: Campo Grande News.