Publicado em 07/10/2020 às 11:23, Atualizado em 21/11/2022 às 18:36

Homem põe fogo na beira de córrego para "limpar" terreno e plantar cana

Da Redação, CGNews
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Policiais flagraram autor de incêndio durante rondas na tarde de ontem.

Se engana quem pensa que fogo em vegetação não dá prisão. Na tarde de ontem, um homem de 58 anos foi preso e não teve nem fiança arbitrada por tacar fogo na APP (Área de Preservação Permanente) do Córrego Formiga, em Campo Grande. A justificativa dele para os policiais foi de que o fogo "limparia" o terreno e ele então poderia plantar cana-de-açúcar e construir uma casa às margens do córrego, na região do Bairro Dom Antônio Barbosa.

O homem foi preso por policiais que passavam no local no momento em que o fogo começou e foi autuado pela Decat (Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista). A área onde ele ateou fogo tem o agravante de ser Área de Preservação Permanente.

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Homem preso alegou que fogo "limparia" área para ele construir uma casa e plantar cana. Fotos: Divulgação/Decat

Conforme definição da Lei n. 12.651/2012, Área de Preservação Permanente é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

A área que o homem estava queimando fica na Avenida Zila Corrêa Machado, próximo ao acesso para a MS-455, conhecida como Estrada da Gameleira. Segundo a Polícia, a autuação levou em consideração o prejuízo ao Meio Ambiente e à coletividade, já que o fogo ali poderia propagar por toda a mata, alcançando até chácaras próximas e criação de animais.

"Ali se o fogo não fosse contido a tempo haveria risco de propagar pelas chácaras onde moram pessoas que têm crianção de animais. O crime de incêndio tem essa característica, quando a conduta além de ferir o Meio Ambiente, também coloca em risco a vida e o patrimônio da coletividade", fala o delegado Maércio Alves Barbosa

Sobre números de prisões e autuações por fogo em vegetação, sendo APP ou não, o delegado explica que não há uma grande incidência de flagrantes justamente porque quando o incêndio se torna visível é por já estar em grandes proporções e geralmente em locais ermos.

"Não é um crime tão comum a prisão em flagrante, ali foi a situação dos policiais estarem passando próximo ao local e virem a situação", observa Maércio.

No caso de fogo em vegetação, o delegado alerta que além dos bombeiros, a população também pode acionar a polícia. Já o tipo de crime pelo qual quem ateou pode responder, segundo o delegado, varia de acordo com a proporção do fogo.

O homem que tacou fogo deve passar por audiência de custódia hoje. Segundo a Polícia, ele já tem moradia.

Com informações e imagens do Campo Grande News