Publicado em: 18/04/2025

Morte de idosa expõe falta de ambulância e sucateamento em cidade de MS

Única ambulância em funcionamento na rede municipal de saúde não estava disponível

Midiamax,
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Assistente social emprestou camionete para levar paciente de casa até hospital (Foto: Reprodução, leitor Midiamax)

Moradora de Bandeirantes, Doraci da Silva Fugiwara, de 78 anos, morreu na última quarta-feira (17) após sofrer um infarto. Contudo, até ser socorrida, uma equipe médica precisou se deslocar até à residência da idosa em veículo particular, prestar os primeiros socorros, e conduzir a paciente no mesmo veículo até o hospital municipal.

A situação incomum teria ocorrido porque, na cidade, haveria somente uma ambulância, que estava indisponível na ocasião. Assim, a situação chamou a atenção da população da cidade, que usou as redes sociais para denunciar o problema de falta de ambulâncias na rede municipal de saúde.

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Resposta publicada em rede social (Foto: Reprodução)

“Onde está indo o dinheiro arrecadado, cadê? Não tem ambulância, não tem remédio. Tem razão da população pedir socorro. Quando mais precisa da Saúde da cidade, não tem para socorrer a população”, diz um dos comentários publicados na página do Portal da Band.

“Sou moradora de Bandeirantes. Está acabada mesmo. A saúde é zero”, lamenta outra internauta que mora na cidade. A assistente social, que emprestou o veículo, respondeu a um dos comentários nas redes sociais. Na publicação ela explica que a família autorizou o transporte.

“Sou a dona da camioneta, o doutor (nome do médico foi retirado) junto com a equipe técnica pediu autorização da família para tentar salvar avida da senhora já que não tinha ambulância, que também acho um absurdo e não pode ser admitido isso. Só fizemos esse transporte porque queríamos tentar salvar avida. E a família autorizou porque eles também queriam salvar. Volto a reafirmar que o erro foi não ter ambulância”, afirmou.

Paciente sofreu parada cardiorrespiratória

Testemunhas – que preferem não se identificar – disseram ao Jornal Midiamax que a vítima sofreu parada cardiorrespiratória quando estava em casa. Sem meio de locomoção, o médico teria usado carro particular para fazer o atendimento domiciliar.

Conforme os relatos, já na casa da vítima foi constatada a necessidade de levá-la para o hospital. Uma assistente social teria cedido a camionete para fazer o socorro da paciente. No entanto, ela não resistiu e faleceu logo após chegar ao hospital.

A vítima era hipertensa, obesa e fazia tratamento para controle de diabetes. O corpo de Doraci foi conduzido para Campo Grande, onde foi sepultado na tarde desta quinta-feira (17).

O médico que fez o socorro da vítima confirma que ela foi transportada em uma camionete. No tanto, disse que informações sobre pacientes são confidenciais e que só podem ser confirmadas pela família ou pela Secretaria Municipal de Saúde.

A reportagem buscou contato o secretário Municipal de Saúde, Assis Ferreira de Carvalho Neto e o prefeito em interino, Marcelo Abdo. Até o fechamento desta matéria, não houve manifestação. O espaço segue aberto para manifestações.