Publicado em 27/04/2020 às 16:03, Atualizado em 29/11/2022 às 23:46
Maria Luíza passou por audiência de custódia neste domingo e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva
Maria Luíza Nogueira da Silva, 59 anos, que matou o marido, José Bonifácio da Silva, 60 anos, a facadas disse que sofreu humilhação durante a vida toda. O crime aconteceu na noite do último sábado (25), na casa onde o casal vivia, na Rua Ijuí, no Jardim Tarumã, em Campo Grande.
Conforme o auto de prisão em flagrante, Maria Luíza sofria constantemente agressões verbais e era humilhada por José com xingamentos, mas nunca denunciou o caso as autoridades. Em depoimento, o eletricista Luiz Henrique da Silva, 36 anos, filho do casal, contou que no dia do crime o pai dele resolver fazer um churrasco e chamou os filhos. Todos beberam durante a confraternização. O pai consumiu uma garrafa de cachaça, segundo depoimento dele à polícia.
Em determinado momento, José passou a falar de um dos filhos, situação que gerou uma discussão. Fato comum quando o pai bebia. Maria Luíza limpava a casa quando começou a ser incomodada pelo marido. Em razão da briga, uma das filhas do casal e o marido dela foram embora. A mãe os acompanhou até o portão e ao voltar, sentou numa cadeira de fio, ao lado de José. As discussões continuaram. Nervosa, a mulher catou um chinelo e deu três chineladas no rosto do marido.
Prevendo o pior, o filho levou a mãe até o quarto e pediu para ela ficar lá para não complicar mais a situação. Porém, pouco tempo depois ela saiu do cômodo com uma faca na mão e golpeou o pai por três vezes, no peito e na barriga. O filho ainda tentou evitar a tragédia, mas sem sucesso.
O Corpo de Bombeiros foi acionado. O idoso foi socorrido para o Hospital Regional, mas não resistiu. Após o crime, Maria Luíza foi dormir e acabou presa em flagrante. Segundo o filho, em nenhum momento ela tentou fugir. Luiz Henrique relatou ainda que o pai já havia agredido a mãe fisicamente. Mas era a mãe que batia constantemente no esposo em razão das agressões verbais que sofria.
O MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) entendeu que Maria Luíza poderia responder ao inquérito em liberdade, mas em audiência de custódia no Fórum neste domingo (26), o juiz Albino Coimbra Neto converteu em preventiva a prisão em flagrante.
Credito: Campo Grande News