Ong indígena afirma que morte de rezador em MS foi por intolerância religiosa

O assassinato do idoso Argemiro da Silva Escalante, de 74 anos, em Bela Vista, foi denunciado pela Aty Guassu (Grande Assembleia do Guarani Kaiowá) como intolerância religiosa. O crime aconteceu na Aldeia Pirakuá, em Bela Vista na quinta-feira (12).

“Este crime hediondo, motivado por intolerância religiosa e preconceito, fere não apenas os direitos humanos fundamentais, mas também a cultura, a espiritualidade e a dignidade do povo Guarani Kaiowá”, publicou a Aty Guassu em sua página no Instagram.

Segundo a entidade, Argemiro era um guardião da sabedoria ancestral, um protetor de seu povo e de suas tradições sagradas. “Sua vida foi cruelmente tirada por uma violência que reflete o desrespeito às práticas espirituais indígenas, às quais dedicou sua existência”.

Entretanto, de acordo com informações policiais, teria ocorrido uma discussão entre o idoso e outros indígenas durante uma bebedeira, quando ele foi atingido por dois golpes de faca. Argemiro foi socorrido ao hospital de Bela Vista, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Ainda segundo as investigações, a vítima foi até a casa do autor de 23 na tarde de quinta-feira e ficaram bebendo até o início da noite, quando houve uma discussão, a princípio sem motivo. Argemiro teria pegado um pedaço de madeira e batido na cabeça do rapaz.

O acusado foi encaminhado para a delegacia de Bela Vista, onde foi autuado em flagrante pelo homicídio. Para a polícia, a hipótese de intolerância religiosa foi descartada uma vez que rapaz relatou que a briga aconteceu devido ao consumo de bebidas alcoólicas.