Publicado em 18/03/2023 às 21:37, Atualizado em 19/03/2023 às 01:44
De acordo com Polícia Federal, aumento de pagamentos digitais e menos uso de notas favoreceu diminuição do crime
Você tem costume de usar dinheiro em espécie diariamente? Após a criação do Pix cada vez menos pessoas usam cédulas, com isso a falsificação de notas tem diminuído. Mato Grosso do Sul é um dos estados com menos casos, de acordo com o Banco Central do Brasil.
Até fevereiro de 2023, o órgão recebeu 15.079 cédulas falsificadas de todo Brasil, sendo apenas 10 de MS, colocando o Estado entre os seis com menos notas falsas. Em 2022, foram apenas 1.126 cédulas falsificadas identificadas pelo Banco Central, entre as 401.614 notas encontradas pelo país.
Apreensões
Já pelos dados da PF (Polícia Federal), o crime de notas faltas caiu cerca de 50% no primeiro trimestre de 2023, se comparado com o mesmo período do último ano. Entre janeiro e março de 2022, foram 158 notas falsificadas apreendidas, enquanto isso, neste ano, até 10 de março foram 79 cédulas.
"Com o PIX a gente nota que tem diminuído as apreensões de notas falsas, mas precisaria de uma amostra maior, já que muitas vezes as notas também são levadas para o banco direto ou ficam circulando. Se analisarmos as ocorrências, elas diminuíram sim", explica Marcelo Correio Botelho, Delegado Regional de Polícia Judiciária da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul.
Segundo a PF, sobre as notas apreendidas, a maioria é no valor de R$ 50 e quase sempre feita em laboratórios fora do Estado. "No último ano não identificamos nenhum local de fabricação em MS, eles costumam ficar em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo", explica o delegado.
Crimes
De acordo com a PF, existem quatro crimes em torno de notas falsas, sendo que as penas podem ser de 6 meses a 12 anos de prisão, além de multa estabelecida pelo juiz de cada caso, dependendo do crime pelo qual a pessoa foi presa.
Entre os crimes estão fabricar, adquirir, vender, trocar, ceder, emprestar, guardar ou introduzir moeda falsa na circulação de mercado. Quem fabrica petrechos para a fabricação das notas também comete crime e pode ser preso.
"Se você não sabe que está com uma nota falsa, não é crime, mas assim que souber e tentar repassar essa cédula, aí você está cometendo crime e pode ficar de 6 meses a 2 anos preso. Ao ficar sabendo que está com uma nota falsa, você deve procurar a polícia e entregar essa nota", explica o delegado.
Segundo ele, é importante que as notas falsas sejam levadas para a polícia para que haja um controle maior sobre o número de cédulas falsificadas existentes e, assim, auxiliar nas investigações de quem fabrica e distribui essas notas.
Após a apreensão, as cédulas falsificadas são encaminhadas para o Banco Central do Brasil, que é responsável pela análise, tabulação, controle e destinação final das notas para serem destruídas.
Como identificar?
O Banco Central detalha, de forma simples, como identificar notas falsas de acordo com cada cédula específica. Os itens de segurança mudam conforme a família das notas.
Entre os mais conhecidos está colocar a nota contra luz e ver se existe a "marca d'água" com a imagem do animal da cédula e o valor. Há também o "fio de segurança", que é um fio escuro quase no meio da cédula.
Alto-relevo no papel em algumas áreas da nota e "elementos fluorescentes", que aparecem sob a luz ultravioleta, também são maneiras de verificar a autenticidade da cédula.
Credito: Midiamax