Publicado em 20/12/2020 às 10:42, Atualizado em 20/12/2020 às 14:46
Um projeto pedagógico-terapêutico vem sendo desenvolvido nos últimos meses no Estabelecimento Penal Masculino de Regime Fechado de Ivinhema (EPMRFI). A partir de quebra-cabeças com até mil peças, os custodiados montam quadros com reproduções de obras de pintores renomados como Leonardo da Vinci (Mona Lisa), Tarsila do Amaral (Abapuru), Edvard Munch (O grito) e Vincent Van Gogh (A Noite Estrelada), dentre outros.
A proposta é trabalhar o raciocínio cognitivo dos reeducandos, reforçando o processo de aprendizagem educacional, e compartilhar o resultado com estudantes da rede pública, para que não conheçam as obras apenas nas folhas dos livros e possam ser estimulados neste mundo da arte e conhecimento. Idealizada pela direção da unidade prisional, sob coordenação do Setor Psicossocial, a ação conta com a participação de 25 internos, que atuam de forma totalmente voluntária, não envolvendo remição da pena.
Ao todo, 14 quadros já foram montados somente nesta primeira etapa, a partir de quebra-cabeças vendidos em lojas, e já estão emoldurados para exposição aos estudantes assim que as aulas presenciais retornarem.
Segundo o diretor da unidade penal, Leôncio Elídio dos Santos Júnior, o projeto surgiu após diálogo com servidores, no sentido de utilizar a mão de obra prisional, estimulando nos internos o raciocínio, concentração, disciplina, organização e trabalho em equipe, entre outras habilidades essenciais para o sucesso no mercado de trabalho. “Na outra ponta, beneficiaríamos os estudantes nas escolas, através das exposições dessas obras, no sentido de despertar neles também todo o potencial que a arte é capaz de proporcionar às pessoas”, comenta o dirigente.
É o caso do reeducando Mateus da Silva Costa que garante que o projeto ajuda a exercitar a mente em ações positivas. “A gente acaba aprendendo a ter mais paciência e desperta o nosso raciocínio”, afirma.
A iniciativa conta com o apoio das secretarias de Cultura e Assistência Social do Município de Ivinhema, além do Projeto Nova Jerusalém, que produziu as molduras para que as obras pudessem ser expostas. A intenção é que, no futuro, as reproduções também possam ser leiloadas e os valores arrecadados sejam repassados integralmente a entidades sociais da cidade.