Publicado em 29/01/2020 às 13:24, Atualizado em 26/02/2023 às 01:16
A usina localizada em Ivinhema, realizará as primeiras áreas de plantio comercial do Emerald, a semente artificial de cana desenvolvida pela Syngenta.
A Syngenta realiza, nesta semana, as primeiras áreas de plantio comercial do EMERALD. A usina Adecoagro (de Ivinhema) receberá dez dos primeiros hectares comerciais da nova tecnologia, que transformará o modo de plantio da cana-de-açúcar, uma das principais culturas brasileiras. Trata-se de uma muda encapsulada, pronta para ser plantada, exatamente como se faz nas culturas de cereais. A técnica dispensa a necessidade de área destinada às mudas, que em algumas unidades chega a comprometer grandes extensões da área de produção. O produto, desenvolvido no centro de pesquisa e desenvolvimento da Syngenta, em Itápolis, traz tecidos vegetativos sadios e vigorosos, encapsulados em um sistema recoberto por uma cera, simplificando o processo de plantio da cana em todas as suas etapas.
A movimentação da operação de plantio se resume a um caminhão-prancha carregando um trator já acoplado a uma plantadora
A primeira área comercial faz parte dos mais de 800 hectares do produto negociados, em junho de 2019, com 25 grupos sucroalcooleiros, que representam 75% da área total de usinas do Brasil e serão os primeiros a testarem em larga escala a nova tecnologia. “O Emerald simplifica todas as etapas da produção, tornando o processo mais enxuto, eficiente, lucrativo e sustentável. Os gastos com investimento e operação chegam a ser reduzidos em 90%”, destaca Leandro Amaral, diretor Unidade de Negócios Cana da Syngenta. “Trabalhamos com as principais variedades de cana existentes no mercado. A expectativa é que em 10 anos as sementes artificiais estejam em 30% de toda a área plantada das usinas”, completa.
A movimentação da operação de plantio se resume a um caminhão-prancha carregando um trator já acoplado a uma plantadora, mais as sementes Emerald. Trator e plantadora são descarregados, a plantadora recebe as sementes e o plantio começa. A plantadora tem um 1/3 do tamanho de uma plantadora convencional e o dobro da velocidade, planta 1 hectare por hora. O plantio, em duas linhas, acontece de forma bem uniforme. A máquina é georreferenciada, vem com tecnologia embarcada, que possibilita, por exemplo, contar quantas sementes são depositadas no solo.
A plantadora tem um 1/3 do tamanho de uma plantadora convencional e o dobro da velocidade, planta 1 hectare por hora
O Emerald não é direcionado para o plantio de viveiros de cana-muda, a tecnologia é posicionada para plantio comercial. Ou seja, a semente é plantada e 13, 14 meses depois é colhida e segue para a indústria. “Em um plantio convencional, além do longo tempo de processo que vai do plantio de viveiro, até a industrialização (cerca de três anos), ainda tem a questão de logística, de transportar a cana das áreas de viveiro para as áreas de formação de canaviais comerciais, que pode muitas vezes chegar a 50 quilômetros de distância. Essa operação envolve uma enorme estrutura de caminhões, tratores, máquinas, pessoas...Com o Emerald é tudo mais simples”, diz Amaral.
Brotação da semente de cana Emerald
Segundo ele, para ter uma ideia de simplificação, tanto do ponto de vista de CAPEX (capital investido) e OPEX (capital operacional), com o Emerald tem redução de 10 vezes. “Se uma usina gasta de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões no plantio convencional, com o plantio de Emerald vai gastar R$ 2 milhões. Se em um plantio mecanizado de 60 hectares/dia, rodando 3 turnos, tem de 100 a 120 pessoas envolvidas, com o Emerald passará a ter 10 vezes menos. Então é uma simplificação enorme.”