A 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Ivinhema, instaurou um inquérito para apurar a suposta existência de um “mensalinho” com desvio de dinheiro público na Câmara do município.
O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) já havia se pronunciado sobre o caso, em setembro, quando o vereador Juliano Ferro (PR), que propôs o inquérito, acusou a existência de um esquema de desvio de dinheiro público entre a Câmara e a Prefeitura de Ivinhema.
Ferro passou a ser presidente interino da Câmara de Ivinhema após o afastamento do presidente da Casa, vereador Junior do Posto (PPS), para tratamento de saúde. Após ter se reunido com o prefeito do município, Eder Uilson França Lima, o “Tuta” (PSDB), o vereador fez denúncia na tribuna da Câmara.
“Ele me chamou para fazer parte do modo de corrupção, aonde nós iriamos desviar o dinheiro da Câmara, um repasse de R$ 50 mil reais, que iria ser desviado, aonde ele iria me repassar R$ 25 mil” disse o vereador na tribuna. O depoimento foi veiculado pelo site IviNotícias.
Ferro disse que o dinheiro era dividido entre a presidência da Câmara e a Prefeitura, e depois distribuído a cinco vereadores da base de Tuta. O vereador chegou a apresentar uma quantia de dinheiro supostamente entregue pelo prefeito na sessão da Câmara.
As investigações sobre o caso pelo MPE-MS correm em sigilo, sob tutela do promotor de Justiça Daniel do Nascimento Britto. Em setembro, o órgão disse que iria analisar a denúncia com “presteza, celeridade, comprometimento” e “imparcialidade”.
Outro Lado
Em setembro, quando explodiu a denúncia, o prefeito Tuta, negou em nota “qualquer ato de corrupção ou pagamento de vantagens indevidas a vereadores ou a qualquer outra pessoa” dentro da administração municipal de Ivinhema, desde o início de seu mandato.
Ele relacionou o suposto |mensalinho| denunciado com a restituição dos valores de duodécimo da Câmara Municipal ao Poder Executivo, que segundo ele, “são objeto de diversos registros contábeis e bancários, dotados de absoluta transparência”.
“No caso específico de valores de duodécimo restituídos pela Câmara Municipal à Prefeitura de Ivinhema, todo esse histórico documental existe em registros oficiais e sempre esteve à disposição dos órgãos de controle, e assim permanecem, especialmente neste momento”, disse Tuta, em nota.