Publicado em 15/11/2023 às 07:23, Atualizado em 15/11/2023 às 11:24
Além dos quatro policiais, ex-comandante do 8º Batalhão de Nova Andradina também virou réu
O juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar Estadual, aceitou denúncia do Ministério Público e transformou em réus os quatro policiais militares que constrangeram e agrediram fisicamente o diretor do Jornal da Nova Sandro de Almeida Araújo, no dia 2 de junho deste ano em Nova Andradina.
Além dos quatro PMs, o tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza, que até aquele dia comandava o 8 Batalhão, também foi denunciado e virou réu por praticar ato de ofício, “contra expressa disposição de lei, para satisfazer sentimento e interesse pessoal”.
No período em que comandou o batalhão, o oficial acumulou problemas com Sandro de Almeida Araújo. No dia em que deixava o cargo, José Roberto teria mandado os quatro policiais perseguirem o jornalista para impedir que Sandro soltasse fogos em comemoração à mudança de comando.
O juiz o Alexandre Antunes da Silva marcou audiência para às 13h45 o dia 7 de dezembro de 2023, para depoimento das testemunhas de acusação arroladas na denúncia.
A denúncia por falsidade ideológica ocorreu porque os quatro PMs foram acusados de elaborar boletim de ocorrência falso contra o jornalista, “com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, atentando contra a administração e o serviço militar”.
O caso – Mesmo não sendo alvo de qualquer investigação, Sandro foi perseguido por duas viaturas descaracterizadas ocupadas pelos quatro policiais à paisana, impedido de entrar em casa, imobilizado com golpe “mata-leão”, jogado ao chão, agredido e revistado. As cenas foram gravadas por câmeras de segurança.
Segundo denúncia do jornalista à Polícia Civil, os policiais disseram que estavam “cumprindo ordens”. Editor do site Jornal da Nova, Sandro Araújo foi acusado de instalar faixas e soltar fogos de artifício para comemorar a troca de comando no 8º Batalhão da PM.
No mesmo dia dos atos, o tenente-coronel José Roberto Nobres de Souza passou o comando para o tenente-coronel Paulo Renato Ribeiro e foi designado para cargo de confiança na Casa Militar, órgão responsável pela segurança institucional do governador Eduardo Riedel e do vice-governador José Carlos Barbosa. Três dias depois, no entanto, a designação foi cancelada.
Os policiais respondem ao processo com medidas cautelares como alternativa à prisão preventiva, requerida pela Corregedoria da Polícia Militar. A Justiça determinou que os militares mantenham distância mínima de 500 metros da vítima, de seus familiares e das testemunhas. Eles também estão proibidos de manter contato com a vítima, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação.
Com informações do Campograndenews