Publicado em 02/12/2019 às 23:39, Atualizado em 03/12/2019 às 01:44

Bando que atacou carro-forte entre Caarapó e Amambai fugiu para Paraguai, mas sem dinheiro

Após parar blindado a tiros de fuzil, assaltantes usaram explosivos, mas não conseguiram abrir porta do veículo

Da Redação, Ivi Hoje, CGNews
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Marcas provocadas por explosivos na porta do carro-forte; blindado resistiu e frustrou assalto (Foto: Direto das Ruas)

A quadrilha que atacou um carro-forte da empresa de transporte de valores Brink’s, na manhã de hoje (2) na MS-156, entre Caarapó e Amambai, fugiu para o Paraguai sem levar um único centavo do assalto.

Os bandidos tentaram abrir o blindado com explosivos, mas a porta resistiu e eles fugiram. Só a perícia vai revelar se o carro-forte resistiu por causa da quantidade de explosivo ou se os artefatos falharam.

O número de assaltantes ainda é incerto. Os funcionários da empresa de transporte de valores falaram que eram cinco bandidos. Outras testemunhas falam em oito.

O delegado regional adjunto de Ponta Porã Mikail Gouveia Faria, que está na região de Amambai participando das investigações, disse à reportagem que todos os indícios apontam para a fuga da quadrilha para o território paraguaio. Eles teriam cruzado a fronteira no município de Aral Moreira, usando um Citroën C4 preto, roubado na estrada. Matéria relacionada >> Carro-forte é assaltado por homens armados de fuzil entre Caarapó e Amambaí

Circula em redes sociais imagens do local do assalto, gravadas por motoristas que passavam pela rodovia no momento e flagraram, de longe, a quadrilha em ação!

Segundo as investigações feitas até agora, o carro-forte seguia de Dourados para Amambai, para abastecer agências bancárias da região. No trecho entre Caarapó e Amambai, os assaltantes em um Jeep Renegade emparelharam com o blindado e começaram a disparar tiros de fuzis calibres 5.56 e 7.62. Vários cartuchos deflagrados dos dois calibres foram recolhidos na estrada.

Os assaltantes ultrapassaram o carro-forte, fecharam o blindado e começaram a atirar nos pneus. Para desviar, o motorista saiu da pista e parou o carro-forte perto de uma lavoura de soja. Nesse momento, os funcionários da empresa trancaram o veículo com dinheiro e correram para a lavoura.

Os assaltantes atiraram na direção deles, mas ninguém foi atingido. Minutos depois, quando ainda corriam, ouviram a explosão. Os seguranças e o motorista da Brink’s pediram socorro em uma fazenda próxima do local.

O Renegade usado para perseguir o carro-forte foi incendiado no meio da estrada. Os bandidos então cercaram um caminhão carregado com cerâmica e obrigaram o motorista a levá-los em direção ao Paraguai.

Alguns quilômetros à frente, interceptaram o C4 Pallas preto, deixaram os ocupantes na estrada e fugiram. O caminhoneiro também foi liberado nesse local e todos estão sendo ouvidos na Polícia Civil em Amambai.

Conforme apurado pela reportagem, os bandidos não conseguiram abrir a porta do carro-forte porque a explosão foi de “baixa ordem', ou seja, não detonou toda a carga empregada por eles. A suspeita é que os explosivos usados sejam velhos.

No local, as equipes policiais apreenderam espoletas, emulsão explosiva não detonada e também um pedaço do chamado cordel detonante. Segundo testemunhas, o carro carbonizado a poucos metros do carro-forte seria usado pelos bandidos na fuga, mas não funcionou e por isso foi incendiado por eles.

A polícia ainda não sabe se o condutor da caminhonete Mitsubishi L200 Triton, abandonada perto de Amambai, tem envolvimento com os assaltantes. Ao perceber a movimentação policial na estrada, ele abandonou o veículo e correu para o mato. A caminhonete foi levada para a delegacia e os policiais estão consultando os dados no sistema nacional para saber se é roubada.

A polícia mantém buscas na região com apoio do helicóptero da Polícia Militar, deslocado de Campo Grande para a fronteira, para auxiliar na investigação.

O assalto ocorreu no mesmo trecho da rodovia onde, em junho de 2017, bandidos armados de fuzil explodiram um carro-forte da Brinks e fugiram levando dinheiro. A região fica a poucos quilômetros de Capitán Bado, base de quadrilhas brasileiras que controlam o tráfico de drogas e de armas na fronteira.