Publicado em 07/05/2023 às 00:00, Atualizado em 07/05/2023 às 04:12

Falsos policiais que tentavam extorquir cigarreiro têm preventivas decretadas pela Justiça

Os suspeitos se passavam por policiais, na tentativa de intimidar o outro homem

DouradosNews, Adriano Moretto e Osvaldo Duarte
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Dupla foi presa em Dourados - Crédito: Adilson Domingos, cedida ao Dourados News

O juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Dourados, converteu em prisão preventiva o flagrante contra o ex-fiscal de postura do Município, Wellington José Carvalho de Almeida, 41, durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (5/5). Ele e Wagner Renan Marques – que também passou pela audiência e sofreu a mesma penalidade - acabaram presos na tarde de quarta-feira (4/5) passada tentando extorquir contrabandista de cigarros.

Para tal medida, os suspeitos se passavam por policiais, na tentativa de intimidar o outro homem.

A prisão ocorreu após investigações do SIG (Setor de Investigações Gerais), em denúncia feita por policiais militares da Força Tática. O flagrante aconteceu na rua das Amoreiras, Jardim Colibri.

Para justificar tal medida, o magistrado citou que as ações da dupla se tratavam de grave ameaça à pessoa mediante ao pagamento para uma suposta proteção policial.

“Nesse contexto, observo que se trata de suposto delito cometido pelos autuados com grave ameaça a pessoa, mediante simulação de que eram policiais, os quais exigiam a entrega da quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que, por si, exige postura mais rígida do Estado-juiz na eventual concessão de benefícios como a liberdade provisória”, diz o juiz em sua argumentação.

A Justiça também autorizou a perícia e quebra de sigilo dos dados dos dois indiciados. Os aparelhos foram apreendidos durante os trabalhos de investigação.

Wellington, chegou a jogar um dos telefones no momento que seria abordado pelas equipes.

“Defiro a perícia nos celulares apreendidos nos autos, mediante a quebra de sigilo de dados das comunicações telefônicas dos indiciados, consistentes em ligações, mensagens SMS, aplicativo WhatsApp ou outros similares habilitados no aparelho”, relata trecho da decisão do magistrado, que determinou ainda a realização de exames de corpo de delito nos homens presos após relato de terem sofrido agressões.

O caso

Wellington e Wagner foram presos na tarde de quarta-feira em Dourados acusados de extorsão e falsidade ideológica.

Conforme boletim de ocorrência registrado, uma pessoa foi abordada por Wellington, que se apresentou como policial e exigiu pagamento de R$ 10 mil para não o prender por contrabando de cigarro.

Após a denúncia, policiais civis do SIG iniciaram a investigação do caso e na tarde de quarta-feira, sob coordenação do Erasmo Cubas e apoio da Força Tática, efetuaram a prisão dos suspeitos no Jardim Colibri.

Quando as equipes chegaram, Wellington arremessou o aparelho de telefone celular em um terreno baldio.

Na mesma ação, os policiais apreenderam os celulares, dois rastreadores, vestimentas de forças de segurança pública, arma de fogo e um VW Gol. Todo material foi encaminhado para delegacia.

Reincidente

Wellington José Carvalho de Almeida já havia sido preso em 2019. Ele foi alvo da 2ª fase da Operação Nepsis, acusado de se passar por policial federal.

Na época, ele era servidor público em Dourados e atuava no setor de postura do município.

O acusado se passava por agente para negociar junto a contrabandistas, supostas informações policiais.

Segundo investigações, o ex-servidor montou equipes fictícias de investigadores e de membros do judiciário, chegando a cobrar até R$ 1 milhão dos donos das cargas.