Publicado em 23/08/2024 às 18:43, Atualizado em 23/08/2024 às 22:46
Caso veio à tona em julho com publicações nas redes sociais
A Delegacia de Atendimento à Mulher concluiu nesta sexta-feira (23/8) as investigações que levaram um pastor, de 53 anos, a ser indiciado por violação sexual mediante fraude, após abusar de membros da igreja que pregava, em Dourados.
O caso veio à tona em julho com publicações sobre a situação nas redes sociais. A DAM iniciou as investigações em agosto através de denúncias que diziam que o pastor se utilizava da sua figura de líder espiritual para ludibriar mulheres.
Entre os abusos estava beijo na boca ‘selinho’, toques pelo corpo, inclusive seios, e até convencer as mulheres a praticar relação sexual.
Foi realizada a oitiva de diversas pessoas vinculadas à Igreja em questão, entre vítimas, obreiros e membros.
Quatro vítimas foram identificadas, três delas com idade entre 20 e 22 anos e uma de 40 anos.
Elas contaram que o pastor realizava momentos de oração durante madrugadas e em montes, templo em construção e, nestes momentos, passava a falar em línguas estranhas, em tom alto, e, então, praticava os atos libidinosos.
Ele ainda escolhia determinadas mulheres para praticar relação sexual, sob alegação de que Deus havia determinado, que seria feita pela troca de energia vital, com fins de cura espiritual.
Uma das vítimas consentiu as relações sexuais e outra impediu o ato enquanto ele tentava tirar sua blusa.
Segundo testemunhas, desde o início do ano, outros membros da igreja passaram a reclamar das situações abusivas e invasivas, uns até deixaram de frequentar a igreja.
Conforme investigação, obreiros pediram para o pastor parar de realizar toques em mulheres nos momentos de oração e que também parasse de se reunir a sós com outra mulher, tendo em vista a escandalização do Templo, mas não aconteceu.
A delegada então representou pela prisão preventiva dele, pedido atendido pelo Poder Judiciário. Ele acabou preso no dia 15 de agosto pela Guarda Municipal e levado para o presídio.
Ainda segundo a polícia, ficou evidenciada a prática dos crimes, especialmente por meio de testemunhas e até por mensagem de vítima alegando ter sido assediada em um retiro.
O advogado de defesa do pastor afirmou que ele não se manifestaria em fase de Inquérito Policial, por isso ele não foi interrogado.
