Publicado em 18/01/2019 às 21:25, Atualizado em 01/09/2022 às 01:52
Organização mostra que grupo pode estar ligado a facções
Mulher identificada apenas como Joicelene de 23 anos, gerenciava quadrilha de ladrões de carro presa pelo Batalhão do Choque da Polícia Militar na madrugada desta sexta-feira (18), em Campo Grande. Dois dos envolvidos morreram em confronto com os policiais. Foram recuperados quatro automóveis, dentre os quais um HB20, uma picape Strada, um Corolla e uma caminhonete Hilux. A suspeita é de que o grupo esteja envolvido com mais crimes.
De acordo com o capitão Rigoberto Rocha, do Choque, Joicelene tinha conta bancária em seu nome e era responsável por administrar as finanças da quadrilha, fazer pagamentos e outras negociações, além das coordenadas aos demais envolvidos. “Ao que tudo indica, os veículos roubados eram atravessados até o Paraguai e vendidos, provavelmente para financiar o tráfico”, afirmou o capitão durante coletiva de imprensa nesta manhã. Não é descartado que a quadrilha esteja a trabalho do crime organizado, especialmente facções que agem dentro e fora dos presídios.
“Por conta da organização das tarefas, é possível que estejam sim ligados a grupos criminosos, mas estamos averiguando a situação com mais detalhes”, explicou ele. Além de Joicelene e foi preso Luis Henrique Ribeiro dos Santos de Souza, 27 anos. Um adolescente de 16 anos foi apreendido, Geraldo Figueira Mendonça, 30, foi morto em confronto e um homem ainda não identificado também morreu depois de trocar tiros com os militares.
Os fatos
Rocha explicou que os fatos vieram à tona durante roubo em uma lanchonete de fast-food nas imediações da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Lá, o adolescente de 16 anos, o suspeito que ainda não foi identificado e Luis Henrique chegaram ao local por volta das 2 horas. Luis ficou aguardando a dupla em uma Strada roubada no dia anterior. O menor e o comparsa entraram, pediram um lanche e comeram. Em seguida, anunciaram o roubo, rendendo uma médica. O funcionário, se antecipou à ação e fugiu para os fundos.
Ele correu para o andar superior e se trancou na sala da administração. O suspeito que não foi identificado estava armado e o perseguiu, enquanto o menor rendia a mulher. O funcionário conseguiu ligar para o 190 e tentou “enrolar o máximo possível”, até que a polícia chegasse. Ele chegou a abrir porta diante das ameaças de que a médica seria baleada. Mesmo assim, tentou enganar o ladrão, dizendo que estava procurando a chave do cofre. Durante esta ação, o adolescente pegou o HB20 da vítima e fugiu do local.
Alguns minutos em seguida chegou o Choque e uma viatura da Polícia Civil. Os militares foram ao andar superior, onde se depararam com o suspeito armado. Houve confronto e o desconhecido foi baleado, socorrido e morreu. “Esse outro indivíduo identificado como Luis Henrique estava na Strada dando apoio do lado de fora e acabou abordado. Foi ele que indicou onde estariam os demais veículos”, afirmou Rocha. De lá, a equipe foi para uma residência localizada no Jardim Ilhéus, região sul de Campo Grande.
Neste endereço foram localizada Joicelene e o menor que havia acabado de deixar o HB20. Juntamente com este carro, também estavam lá um Corolla e uma Hilux roubados no dia anterior. Presos, os dois relataram que havia outro esconderijo, localizado no bairro Vilas Boas.
Durante buscas neste imóvel, os militares se depararam com Geraldo que resistiu à abordagem e fugiu, pulando por residências vizinhas.
“Foi fechado o cerco e ele foi encontrado armado em uma das casas. Ele disparou contra a equipe policial que revidou. Importante salientar que nossos militares são especializados, de uma unidade preparada para este tipo de conflito, e agiram dentro da legalidade, repelindo a agressão”, pontuou. Tanto com o suspeito baleado na lanchonete, quando com Geraldo, foram apreendidos dois revólveres.