Publicado em 06/08/2019 às 10:59, Atualizado em 06/08/2019 às 15:02
Criminosos movimentavam R$ 1 milhão por mês em 400 contas bancárias
A Polícia Federal deflagrou a operação Cravada na manhã desta terça-feira (6) em Mato Grosso do Sul e em outros seis estados do país. Com apoio do Ministério Público do Paraná, GAECO/SP, Departamento Penitenciário Federal, Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e Polícia Militar do Estado de São Paulo. A operação visa desarticular o gerenciamento financeiro de facção criminosa responsável pelo recolhimento, gerenciamento e emprego de valores para financiamento de crimes em Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais.
Cerca de 180 Policiais Federais cumprem 55 mandados de busca e apreensão, 30 mandados de prisão, expedidos pela Vara Criminal de Piraquara/PR. Dos 30 mandados de prisão, 1 será cumprido no presídio em Dourados no Mato Grosso do Sul, 3 em São Paulo e 4 no Paraná.
Segundo a Polícia Federal, a investigação teve início em fevereiro deste ano a partir de informações obtidas acerca da existência de uma espécie de núcleo financeiro da facção criminosa estabelecido na Penitenciária Estadual de Piraquara/PR. A atuação da Polícia Federal foi interestadual da facção, o que foi identificado no decorrer da investigação à competência da Justiça Estadual de Piraquara no Paraná.
O núcleo é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para a Facção Criminosa em âmbito nacional. Os pagamentos - também chamados de “rifas”- eram repassados à Organização Criminosa por intermédio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada, com uso de medidas para dificultar o rastreamento. A investigação indica a circulação de aproximadamente 1 milhão por mês nas diversas contas utilizadas em benefício do crime.
Foram identificadas e bloqueadas mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o país. Os valores que transitavam entre as contas bloqueadas eram utilizados para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção (financiado diretamente a criminalidade violenta), além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros da Facção em locais próximos a presídios.
Os criminosos se comunicavam através de bilhetes que eram levados por visitantes permitindo a continuidade das atividades criminosas de facções.
Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de Tráfico de Entorpecentes, Associação para o Tráfico, Organização Criminosa, entre outros.
Cravada
O nome da operação faz referência a uma jogada de xadrez em que uma peça, quando ameaçada de captura pela peça adversária, fica impossibilitada de se mover, em razão de haver uma peça de maior valor em risco. De igual forma, a operação deflagrada hoje visa sufocar as reações das lideranças de Facções Criminosas, atingindo os núcleos importantes de comunicação e de gerenciamento financeiro.