Publicado em 22/06/2024 às 13:11, Atualizado em 22/06/2024 às 19:21
Ladrões furtavam Hilux em menos de 1 minuto para levar ao Paraguai
Com logística que inclui o uso de equipamentos de alta tecnologia, a quadrilha que furtou 60 caminhonetes Toyota Hilux em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tem ligação com o Comando Vermelho. O grupo foi preso na última quinta-feira (20) após arrastão em Dourados.
As investigações feitas pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) e que contaram com o apoio da PRF (Polícia Rodoviária) de Dourados na captura de alguns envolvidos, revelam que a estrutura criminosa tem ligação com a facção carioca.
“Ao que tudo indica o grupo é liderado por um presidiário do Mato Grosso que faz parte de uma organização criminosa bem estruturada que também tem ligação com uma facção criminosa carioca que conhece bem a logística do funcionamento entrega de carros roubados no Paraguai”, explicou o delegado Erasmo Cubas.
Dinâmica dos crimes
Os bandidos utilizavam uma chave de fenda para abrir o veículo. Dentro do carro, outro bandido utilizava um chip eletrônico e uma espécie de notebook para fazer o carro ligar.
Após este procedimento, que demorava menos de um minuto, o grupo conseguia ir embora com o veículo sem ativar o alarme e sem deixar rastros. O notebook utilizado pelo grupo era capaz de ler e codificar chaves de automóveis, o que responde a dúvida sobre a neutralização dos alarmes.
Na noite dessa quinta-feira (20), dois criminosos foram presos na BR-163 em Coxim, enquanto voltavam para o Mato Grosso. Outro suspeito já estava de volta ao Mato Grosso, mas foi capturado em ônibus no município de Campo Verde (MT).
Investigação
Após a identificação de um dos integrantes, um adolescente de 17 anos, a equipe policial também identificou um carro que estaria apoiando o grupo. Depois dessa etapa e com o apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), os agentes conseguiram identificar mais dois suspeitos envolvidos.
Estes dois não participavam do furto, a responsabilidade deles era apenas em levar a caminhonete para Ponta Porã. Com o negócio, cada caminhonete valia o equivalente a R$ 700 mil ao crime.
Após o arrastão, os suspeitos levavam entre três a quatro veículos para o Paraguai e retornava com apenas uma, lotada de drogas. Além dos arrastões, o grupo foi responsável por furtos na Expoagro (Exposição Agropecuária de Dourados).
O delegado Erasmo Cubas também informou que esses equipamentos utilizados pelos ladrões foram desenvolvidos pela própria quadrilha, que tinham como alvo as caminhonetes Hilux fabricadas de 2016 a 2023.
Segundo Cubas, a quadrilha descobriu que esses modelos não disparariam o alarme após abertas. Com isso, os criminosos conseguiam modular o sistema eletrônico dos veículos e trocar todo o sistema, usando uma nova chave de ligação feita com o uso de um microchip.