Publicado em 16/05/2020 às 08:51, Atualizado em 27/09/2022 às 19:03
Nomeação assinada pelo presidente Jair Bolsonaro é interpretada como aceno ao Centrão
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconduziu Carlos Marun, ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, ao Conselho de Administração da Itaipu Binacional. O mandato foi renovado até 16 de maio de 2024.
O ato foi publicado em decreto, nesta sexta-feira (15), em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).
O ex-vereador por Campo Grande e ex-deputado estadual e federal por Mato Grosso do Sul chegou a ter nomeação suspensa, em caráter liminar, pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, em março do ano passado. Pouco tempo depois, a decisão foi revertida.
Em Brasília (DF), Marun ganhou notabilidade pela defesa ferrenha ao também ex-deputado Eduardo Cunha - hoje preso por ter recebido propina -, e por compor o governo Temer. O ex-presidente o nomeou para o Conselho de Itaipu no último dia de seu governo.
Dois dias depois, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, classificou a nomeação de Marun como um “prêmio”, “não foi ética”.
Aceno - Além de Carlos Marun, filiado ao MDB, Bolsonaro também reconduziu ao grupo o ex-deputado baiano pelo Democratas, José Carlos Aleluia, e os já conselheiros Célio Faria Júnior, Wilson Pinto Ferreira Junior e Pedro Miguel da Costa e Silva.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi nomeado para compor o Conselho pela primeira vez. Sua indicação é assinada por ele mesmo e por Bolsonaro.
Nos corredores do Planalto, os atos foram interpretados como um aceno ao chamado Centrão, grupo de parlamentares que detêm a maioria na Câmara.
No Twitter, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) ironizou a nomeação de Marun. “Toma lá dá cá! Bem vindos à ‘nova política’”, escreveu.