Publicado em 01/02/2021 às 09:41, Atualizado em 27/09/2022 às 17:55
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) promoveu um encontro virtual de lideranças femininas de todo o País no último dia de atividades oficiais da sua campanha à presidência do Senado. A ideia é construir uma Frente Feminina composta por representantes de ONGs, de movimentos sociais, área jurídica, empresárias, economistas, jornalistas, políticas, e sociedade civil. O grupo se reuniu por cerca de 1h30 na última sexta-feira (29) e trouxe temáticas como a violência política, a violência doméstica, a busca por alternativas em busca do alcance mais espaços de poder e de liderança, racismo. A ideia é que o grupo apartidário se torne um fórum permanente de debates, uma Frente Feminina. A ex-deputada constituinte, Moema São Thiago, sugeriu que o grupo se chamasse “Fibra Feminina em favor do Brasil democrático”.
Ao final do encontro, Simone Tebet destacou que na sua caminhada como primeira mulher candidata à presidência do Senado ouviu diversos segmentos sociais: empresários, representantes do movimento negro, cidadãos comuns, economistas, profissionais de saúde, entre outros. Ela propôs que as participantes do encontro encaminhem sugestões que possam se transformar em uma carta à nação. “Que a gente possa nessa frente efetivar discursos fortes, contundentes”, disse, referindo-se às pautas relacionadas ao combate à violência contra a mulher, ao racismo estrutural e à defesa da democracia, entre outras.
Uma das bandeiras de Simone à frente da presidência do Senado será a ampliação da voz da bancada feminina no Congresso Nacional. Ela é a única entre os candidatos a expressamente validar a demanda das parlamentares por uma cadeira no Colégio de Líderes.
O evento teve a participação de 41 mulheres. Tiveram a palavra a ex-senadora Marta Suplicy; a senadora Mara Gabrilli; a deputada Tabata Amaral; a ex-governadora do Rio Grande do Sul e ex-ministra Yeda Crusius; as secretárias do Cidadania Mulher, Juliet Matos e Tereza Vitale; a presidente do Tucanafro, Gabriela Cruz; a ex-ministra Solange Jurema; a ex-ministra Wanda Engel; a cientista política Gabriela Rollemberg; a promotora de Justiça Gabriela Mansour, a ex-deputada constituinte Moema São Thiago, entre outras.
“Meus princípios não se curvam”
No início da reunião, Simone lamentou a interferência do Executivo com a oferta de emendas parlamentares e cargos, enquanto ela fez uma campanha embasada nas propostas republicanas e na discussão do papel do Senado para a sociedade brasileira. Ela criticou a possibilidade de termos um Legislativo submisso, apêndice do executivo. “Uma democracia não se sustenta se tiver candidato oficial do planalto na cadeira da Câmara e do Senado. Meus princípios e valores não tem curvas, não faz desvios no caminho e represento a mulher brasileira, a nossa luta. Sairemos vitoriosos porque estamos defendendo o lado certo da história”, disse.
A senadora foi amplamente apoiada pelas participantes que concordaram que ela já sai vitoriosa por ter tido a coragem de ser a primeira candidata mulher ao mais alto posto do Legislativo, mesmo em uma candidatura independente.
“Eu dou toda a força que puder à sua campanha. As mulheres têm uma coisa muito bonita que se chama sororidade. Estamos falando do País e de uma mulher que pode com dignidade conduzir o Senado para o orgulho de todas nós, nossas filhas e netas”, disse a ex-senadora Marta Suplicy, atual Secretária municipal de Relações Institucionais de São Paulo.
Violência política
Algumas participantes do encontro lamentaram a violência, o preconceito e o machismo no ambiente político. Simone ressaltou que o ideal é caminhar ao lado dos homens e não contra eles. Para ela, as armas das mulheres são a caneta e os pensamentos. A senadora ainda defendeu uma frente de resistência suprapartidária formada pelo MDB, Cidadania, PSDB, DEM, entre outras legendas, para lutar pelas pautas femininas e pela defesa da democracia, tanto na Câmara quanto no Senado.