Publicado em 10/01/2020 às 09:29, Atualizado em 10/01/2020 às 13:34
Menina estava sob a guarda do estado desde o último sábado, quando o pai foi preso por acorrentá-la
A adolescente de 12 anos que foi acorrentada pelo pai no último sábado (4), no Bairro Coophavila II, em Campo Grande, fugiu ontem (9) do abrigo para onde havia sido levada. Segundo informação da mãe, diarista de 43 anos, a menina foi vista numa boca de fumo da região do Jardim Santa Emília. A mãe dela informou nesta manhã que estava indo para uma delegacia registrar o boletim de ocorrência. O Conselho Tutelar ainda não havia sido comunicado do fato.
O caso da menina veio à tona depois que o pai dela, pedreiro de 32 anos, foi preso por ter acorrentado a filha para impedi-la de sair com o namorado, também menor de idade. Autuado por lesão corporal (violência doméstica) e maus-tratos, o pedreiro passou por audiência de custódia na segunda-feira (6) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
Segundo a conselheira Alice Arakaki Yamazaki, que atendeu o caso no dia, a família vive em conflito e vinha sendo acompanhada pela rede de assistência. O pai já respondia processo por maus-tratos contra a filha que na época tinha 8 anos. O caso foi registrado em maio de 2015.
Na ocasião, ouvidos em depoimento especial na delegacia, a menina e o irmão, que na época tinha 9 anos, contaram que os dois apanharam do pai porque tinham levado da casa da babá um celular velho para brincar em casa. Quando o pai viu o aparelho na residência, ficou furioso e deu uma surra neles utilizando uma corda e uma cinta de couro. Situação de agressão, que segundo as crianças, eram frequentes.
Em agosto deste ano, foi a vez do pedreiro procurar a polícia para registrar que a adolescente havia fugido de casa, por volta das 16h do dia 28, somente com a roupa do corpo, para ficar com o namorado. O pedreiro relatou ainda que, o motivo da garota ter ido embora era porque ele não aceitava o relacionamento dos dois.
Na noite do último sábado (4), o pedreiro foi preso em flagrante por lesão corporal dolosa (violência doméstica) e maus-tratos ao levar a filha adolescente acorrentada na altura do pulso direito até o pelotão da Polícia Militar do Bairro Coophavila II. Ele queria ajuda dos policiais para evitar que a menina se encontrasse com o namorado. A adolescente já vinha sendo acorrentada e trancada na casa onde vivia com os pais, mas mesmo assim havia conseguido fugir para ver o namorado. Em razão do fato, o Conselho Tutelar foi acionado e o homem levado para delegacia.