Publicado em 05/07/2022 às 10:01, Atualizado em 05/07/2022 às 14:08
Resgates aumentaram nas rodovias
A captura de animais silvestres é um trabalho executado pela Polícia Militar Ambiental desde sua criação há mais de 35 anos. Além das capturas, os resgates de animais feridos em rodovias e nos perímetros urbanos têm sido uma constante e vem crescendo a cada ano, em virtude de trabalhos de Educação Ambiental realizados em escolas, bem como à população em geral, com foco nos motoristas, para a minimização dos atropelamentos, tanto nas rodovias, como nos perímetros urbanos e principalmente para que se façam o socorro dos animais, fator que, se não surte efeito nos motoristas que atropelam, surte em outras outros motorista e outras pessoas que comunicam os casos dos animais feridos nos acidentes.
As capturas ocorrem nos locais mais inusitados, como, ouriço em edifício, capivara dentro de armários e fossas, antas dentro de piscina e em tanques de tratamentos de esgotos, jacarés em lagoas de tratamento de indústria e dentro de residências, gambá dentro de máquina de lavar e em forro de residências, serpentes e lagartos em áreas de motores e dentro de veículos, tamanduá-bandeira dentro de churrasqueira e de fossa e dormindo em quarto onde havia crianças, entre outros.
NÚMERO DE ANIMAIS CAPTURADOS E RESGATADOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2022 E 2021
Neste primeiro semestre de 2022, Policiais Militares Ambientais da 27 Subunidades do Estado capturaram 1.171 animais silvestres nos perímetros urbanos, dentre estes animais, resgates de vários deles vítimas de atropelamentos nos centros urbanos e rodovias, sendo o número total um pouco inferior ao mesmo período do ano de 2021 (1.348). Do total de 1.171 animais, 62 foram resgatados depois de serem vítimas de atropelamento. Dos 62 atropelados, 45 deles foram resgatados em rodovias federais e estaduais e 17 animais nos centros urbanos. Os principais bichos capturados são aves.
Ressalta-se que a maior parte desses animais são encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), localizado na Capital. No interior alguns são soltos em reserva florestais nas redondezas, depois de laudos de médicos veterinários e biólogos constatando que são bravios e daquele habitat, da região de onde foram capturados. Os números não abrangem os animais que são vítimas de tráfico e também os animais que são apreendidos com infratores que os criavam ilegalmente em cativeiro, os quais são também encaminhados ao CRAS. Também não envolve dos resgatados de armadilhas de caça, ou de anzóis no rios.
As características acertadas das cidades de Mato Grosso do Sul de conservar muitas áreas de flora nos perímetros urbanos, também conserva a fauna ali existente, em um ambiente fragmentado, o que leva a fauna a adentrar os locais habitados. Por exemplo, Campo Grande, que possui grandes reservas florestais e parques, além dos parques lineares de córregos e áreas verdes municipais, favorece à fauna e, essa convivência entre essa fauna sinantrópica e a população gera alguns conflitos, como: adentrar residências, ruas, estabelecimentos comerciais, atropelamentos, bem como há a necessidade muitas vezes, de se fazer o trabalho de captura, devido à fauna adentrar áreas que corram riscos, ou que haja riscos às pessoas.
Além de tudo isso, o desmatamento legal e também o ilegal, que acontecem nas circunvizinhanças das cidades, reduzem o habitat e alimento da fauna silvestre, que cada vez mais, precisa percorrer maiores distâncias na migração em busca de alimentos e acabam adentrando os perímetros urbanos.