Publicado em: 10/10/2025
Na Capital, o total de endividados recuou de 65,6% em agosto para 65,2% em setembro
Em Campo Grande, o cartão de crédito continua liderando as dívidas das famílias, utilizado por 68,2% dos consumidores endividados em setembro. Carnês aparecem em segundo lugar (20,6%), seguidos de financiamentos de imóveis (12,3%), segundo a PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
O levantamento mostra uma leve melhora no cenário financeiro das famílias. O total de endividados caiu de 65,6% em agosto para 65,2% em setembro, e o índice de inadimplência, ou seja, de consumidores sem condições de pagar suas dívidas, recuou de 14,1% para 13,3%. Entre os entrevistados, 46,1% afirmaram ter pelo menos uma dívida atrasada, mas apenas 16,1% acreditam conseguir quitar totalmente esses compromissos.
A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso do Sul), explica que a redução, mesmo que pequena, é positiva para o consumo local. “O fato de menos famílias estarem inadimplentes indica que uma parcela voltou a ter poder de compra, o que é importante especialmente neste último trimestre, período em que o varejo concentra boa parte das vendas do ano”, afirma.
O levantamento detalha ainda que, embora o cartão de crédito continue dominante, outras modalidades de endividamento apresentaram estabilidade ou ligeiro aumento. Os carnês cresceram de 19,5% em agosto para 20,6% em setembro, enquanto financiamentos de imóveis subiram de 10,9% para 12,3%. Já os financiamentos de veículos se mantiveram praticamente estáveis, indicando que a maior parte das famílias concentra seus recursos em dívidas mais imediatas, como compras parceladas no cartão.
A PEIC considera endividamento todo compromisso parcelado, incluindo cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimos pessoais, prestações de veículos e seguros. O levantamento mostra ainda que 30,1% das famílias têm contas em atraso, mas o percentual de consumidores que não conseguem pagar essas contas caiu de 13,9% para 13,3%, sinalizando uma ligeira recuperação financeira.
Especialistas apontam que, embora o cenário seja melhor do que no mês anterior, a manutenção de dívidas em atraso por quase metade das famílias alerta para a necessidade de planejamento financeiro, sobretudo com as despesas de fim de ano.