Publicado em 15/04/2023 às 14:18, Atualizado em 15/04/2023 às 18:21

Estudo alerta para epidemia de Chikungunya e 2023 é o ano com mais casos

O presente ano sozinho soma mais casos que os outros nove da série histórica da Secretaria de Saúde

CGNews, Gabriel de Matos
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Copo com água parada em terreno baldio é local de criadouro do mosquito da dengue (Foto: Henrique Kawaminami)

Estudo epidemiológico sobre a chikungunya publicado recentemente na revista inglesa The Lancet Microbe cita Mato Grosso do Sul como um dos Estados propensos a nova onda da doença. Atualmente, segundo o último boletim divulgado pela SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul), são 2.795 casos prováveis da doença em 2023.

O ano é disparado o que mais teve registros da doença. Os nove períodos anteriores da série histórica tiveram 1.693 casos prováveis. Isso representa 60% do total desde 2014. Os números são crescentes desde o começo do ano.

Em janeiro, o Campo Grande News destacou o aumento de quatro vezes no número de casos nos primeiros 11 dias em relação ao mesmo período de 2022.

A SES explicou que o aumento da estatística se comparado a outras unidades federativas do Brasil é acentuado por conta da fronteira com o Paraguai. O país vizinho também vive surto da doença.

Além disso, o cenário mais grave envolve a região fronteiriça do Estado, porém a Secretaria destacou que há circulação em todos os 79 municípios. Maracaju (2.763,3), Brasilândia (2.606,9), Cassilândia (1.131,7), Coronel Sapucaia (625,3), Mundo Novo (346,5), Nioaque (331,8) e Ponta Porã (325,8) são as cidades com alta incidência da doença.

Até o momento, não foram confirmadas mortes pela doença em 2023. No mesmo período da série, Mato Grosso do Sul teve somente quatro óbitos por chikungunya. Três delas foram em 2018 e uma em 2015.

Riscos - A doença, assim como a dengue e a zika, é transmitida por um vetor, o mosquito aedes aegypti. O médico infectologista Rodrigo Nascimento Coêlho informa quais são os principais sintomas. 'Dor de cabeça, dor no corpo e principalmente dor nas juntas. A febre pode menor que a dengue'.

Ele complementa que a chikungunya é menos letal que a dengue. Os cuidados, de acordo com o médico, são os mesmos de um paciente que apresenta quadro de dengue ou zika. Nascimento ressalta que é possível um paciente ter mais de dois vírus circulando no corpo como ter dengue, covid e chikungunya simultaneamente.

No entanto, não é só enquanto o vírus está ativo que existe a preocupação. 'A pessoa que pega chikungunya pode ficar com dor e limitação dos movimentos nas articulações por um grande período de tempo. Podem ficar sequelas irreversíveis', alerta o médico.

A Secretaria ainda destacou os cuidados para se ter diante da epidemia da doença. 'Sempre falamos em relação a aos cuidados com os quintais para evitar a proliferação do mosquito, também a qualquer sintomas procurar a unidade de saúde de saúde mais próxima e não fazer o uso de qualquer medicação sem prescrição médica'.

Com imagem e informações do Campo Grande News