Publicado em 14/12/2015 às 11:14, Atualizado em 04/09/2022 às 21:47

Exército destrói 4.409 armas de fogo em MS este ano

Da Redação, Ivi Hoje, Governo MS
O Exército Brasileiro destruiu 4.409 armas de fogo em Mato Grosso do Sul este ano. Os materiais são resultado de apreensões das forças policiais que atuam no Estado. A medida é tomada seguindo a Lei 10.826/03, que instituiu o Estatuto do Desarmamento. Com isso, armas, munições e acessórios que não mais interessam a processos judiciais e as decorrentes da Campanha do Desarmamento são destruídas em Mato Grosso do Sul, sob responsabilidade do Comando Militar do Oeste.

De acordo com o juiz da 3ª Vara Criminal de Dourados, César de Souza Lima, somente na área de execuções penais este ano foram encaminhadas para a destruição mais de 100 armas, sendo algumas até mesmo de uso restrito das Forças Armadas e que estavam com os presos. “Apesar de muitas só serem apreendidas depois que o crime acontece, menos armas circulando significa uma ferramenta a menos para as organizações criminosas”, enfatiza.

Somente no Departamento de Operações de Fronteira (DOF) que realiza o policiamento itinerante nos mais de 730 quilômetros de fronteira seca do Mato Grosso do Sul com a Bolívia e o Paraguai, é apreendida uma arma de fogo por semana. Até outubro, o DOF tirou de circulação 37 armas de fogo.

Os calibres apreendidos são os mais diversos, sendo calibres: 38, 12, 380, 9 milímetros e 22. São revólveres, pistolas, espingardas e até um carregador de pistola 9 mm usado em guerras, que é do Drum Mag, com capacidade para até 150 disparos por minuto. O número de munições apreendidas também foi grande, cerca de 3 mil munições de diversos calibre.

Esses tipos de apreensão, foram realizadas principalmente na região Sul com predominância nas cidades de Ponta Porã, Coronel Sapucaia e Amambai. As armas estavam sendo transportadas para outros estados. Ainda de acordo com o DOF, também foram apreendidas armas utilizadas em crimes contra a vida como homicídio e tentativa de homicídio e tráfico de drogas.

“O Departamento tem investido na capacitação técnica de seus policiais, e os resultados são visíveis, pois hoje o DOF possui uma tropa coesa e proativa, o que resulta numa melhor qualidade no atendimento à população fronteiriça e principalmente na repressão aos crimes típicos dessa região” ressalta o diretor do DOF, coronel PM Ary Carlos Barbosa.

Raio X

O Mapa da Violência mostra que, anualmente, morrem cerca de 40 mil pessoas vítimas de arma de fogo no Brasil. Em média, 116 por dia.

Mais da metade das armas usadas em homicídios têm a numeração raspada. “Essa numeração raspada prejudica o rastreamento dessa arma e os estudos que podem ser feitos. A numeração raspada prejudica a investigação, não só da origem da arma, mas o caminho que ela percorreu até chegar na mão daquele que cometeu o crime.

Então é fundamental que o Brasil imponha aos seus fabricantes de arma uma maneira de rastrear esse armamento um pouco melhor do que simplesmente a marcação mecânica de uma numeração nessa arma”, explica ao portal G 1, Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da Paz.

O Congresso nacional estuda substituir o Estatuto do Desarmamento pelo Estatuto de Controle de Armas de Fogo que, em linhas gerais, procura facilitar o comércio e porte de armas para que a população as utilize na defesa da sua integridade e do seu patrimônio. Atualmente, a lei prevê que o interessado em comprar declare a efetiva necessidade da arma, o que permite que a licença venha a ser negada ou recusada pelo órgão expedidor.