Publicado em 01/09/2024 às 12:07, Atualizado em 02/09/2024 às 01:11
Entre sábado (31) e a manhã de domingo (1º), foram contabilizados 176 focos de incêndio no Pantanal de MS e MT
Entre o último dia de agosto e o primeiro de setembro, o Pantanal registrou 12 vezes mais focos de incêndio ativos em comparação com o mesmo período do ano passado. Nesse período, entre sábado (31) e a manhã de domingo (1º), foram contabilizados 176 focos de incêndio no Pantanal de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
No mesmo intervalo de 2023, o número foi de apenas 14 focos. Os dados são do programa BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Desses 176 focos registrados no Pantanal, 74 ocorreram em Mato Grosso do Sul e 102 em Mato Grosso.
Durante o mês de agosto, foram registrados 4.411 focos de incêndio no Pantanal brasileiro, um aumento expressivo em relação aos 115 focos contabilizados no mesmo período do ano passado — um número 38 vezes maior.
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), a expectativa é de que os incêndios se intensifiquem em setembro, considerado o período mais crítico. “Todas as condições meteorológicas favorecem a ocorrência de incêndios florestais. O perigo de fogo para os próximos dias está entre muito alto e extremo, e essas condições dificultam o combate, inclusive por meios aéreos, devido à alta velocidade de propagação dos incêndios”, alerta Valesca Fernandes, meteorologista e coordenadora do órgão.
Setembro é considerado o mês mais crítico para os incêndios florestais no Estado, com expectativa de pouca ou nenhuma chuva. A média histórica de precipitação para setembro varia entre 80 e 100 milímetros, e para a região pantaneira, entre 40 e 80 milímetros. As previsões indicam que as chuvas ficarão abaixo dessa média, intensificando as condições de seca nos biomas.
"Em grande parte do Estado, as condições de seca têm se agravado ao longo dos meses. Em julho, a seca variou de grave a moderada, e atualmente todo o Estado está em situação crítica, com chuvas e temperaturas fora da média histórica. Este é o cenário ideal para a propagação de incêndios, e não há previsão de chuvas para os próximos dias", conclui a coordenadora do Cemtec.