Publicado em 07/06/2020 às 11:25, Atualizado em 07/01/2023 às 23:11
Aparelhos da Xiaomi, que antes custavam menos de R$ 1 mil, subiram cerca de 36%; kit saia por R$ 2 mil, agora é preço do telefone
Não é de hoje que cresce o número de “seguidores de Xiaomi”, como são conhecidos os consumidores de produtos eletrônicos fabricados pela multinacional chinesa. Os aparelhos da marca, principalmente smartphones, têm feito sucesso em todo o país, por isso, são queridinhos dos contrabandistas. Os celulares aparecem entre os itens recuperados em boa parte das apreensões de eletrônicos em rodovias federais aqui de Mato Grosso do Sul.
Só na última semana de maio, pelo menos mil aparelhos celulares foram apreendidos. A maior entre as apreensões ocorreu no dia 26 de maio, quando 757 smartphones sem documentação foram recuperados na rodovia BR-163, em Coxim.
A suspeita é de que os celulares seriam revendidos em diferentes cidades, como forma de suprir a demanda deixada pelos revendedores que importam o produto de forma legal, mas encaram dificuldades para recebê-los desde o início da pandemia, quando transportadoras das grandes regiões do país reduziram as entregas.
Com isso, tem consumidor sentindo no bolso o resultado da falta de celulares para venda. Tem quem gastou menos de mil reais em um aparelho, afirmando que o preço hoje cresceu 36%. “Comprei o meu em janeiro, por R$ 950. Hoje eu encontro o mesmo modelo por R$ 1,3 mil”, revela uma consumidora, que pediu para não ser identificada.
Ainda segundo ela, o aparelho foi comprado em uma loja da Capital, que atualmente não consegue mais trazer o produto. Isso porque ele viria diretamente da China, por meio de importadoras de São Paulo.
Outra consumidora, de 32 anos, que também prefere não ser identificada, também sentiu diferença no preço. “Em Outubro de 2019 precisei trocar de celular e como a marca estava sendo muito comentada positivamente resolvi experimentar, exatamente porque achei o custo benefício do celular excelente. Na época comprei o aparelho acompanhado de fone de ouvido e um relógio, tudo da mesma marca. O kit saiu por R$ 2.046, enquanto, atualmente, somente o celular custa R$ 2.099.
Quando questionada sobre os motivos que acredita ter impactado no aumento significativo, a consumidora vai além. “Pode ser a crise, causada pelo surto do corona vírus, que afetou a produção na China. Também pode ter a ver com o aumento na cotação do dólar, que fez sentirmos esse reflexo nos preços de forma tão rápida no Brasil”, argumenta.
Com imagem e informações do Campo Grande News