Uma operação realizada pela Superintendência Regional do Trabalho, em parceria com o Ministério Público do Trabalho e da PMA (Polícia Militar Ambiental) resgatou 13 pessoas que trabalhavam como escravos há vários anos em duas fazendas no Mato Grosso do Sul, nos municípios de Caracol e Bela Vista. Seis deles são paraguaios.
A operação ocorreu entre os dias 1º e 15 de outubro. Quatro deles estavam há mais de dez anos trabalhando na mesma fazenda. Na primeira fazenda, em Caracol, voltada à pecuária, quatro paraguaios e dois brasileiros trabalhavam na produção e manutenção de cercas.
O auditor fiscal do trabalho Antônio Maria Parron, que coordenou a ação, afirmou que as condicções eram precárias, as pessoas tinham que fazer necessidades fisiológicas no mato. A água para beber, tomar banho, cozinhar e lavar as roupas era colhida em um riacho através de um recipiente improvisado que, antes, era usado para defensivos agrícolas. A carne que consumiam estava em estado de decomposição e era guardada em uma embalagem reutilizada de lubrificante.
Já no município de Bela Vista, outros sete trabalhadores foram resgatados da extração de madeira na fazenda, dois eram paraguaios. Devido à indisponibilidade de alojamentos, improvisaram barracos com galhos de árvores e lona. Também não havia banheiros e o local de preparação de alimentos não contava com higiene. Como não havia energia elétrica, as carnes eram penduradas em varais expostos para secar e evitar o apodrecimento, sendo guardadas, depois, em sacolas.
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