O primeiro dia da operação da Energisa em parceria com a 5ª DP (Delegacia de Polícia) para combater furto de energia e demais irregularidades flagrou ao menos quatro “gatos” em dois bairros de Campo Grande.
Na manhã desta quinta-feira (28), no bairro Piratininga, irregularidades foram identificadas numa residência, que apresentou medidor de energia perfurado; em um motel, que tinha duas fases ligadas e que não passavam pelo medidor de energia; e em um açougue, que tinha um “bypass”, ou seja, um desvio de conexão na entrada e saída do medidor de energia, cuja carcaça também foi adulterada.
Já na Avenida Guaicurus, uma loja de conveniência foi mais uma vez flagrada fazendo furto de energia. O estabelecimento teria sofrido corte de luz e, mesmo assim, providenciado ligação clandestina.
Durante a ação, todos os medidores foram trocados por novos, de forma que nenhum estabelecimento ficou sem energia. De acordo com a Energisa, os medidores retirados serão aferidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), a fim de confirmar os furtos.
“Vamos avaliar de quanto foi o prejuízo e esse consumidor terá que arcar com esses custos”, detalhou o Gerente de Combate e Perdas da Energisa, Orcírio Diniz de Flores.
Segundo ele, 120 regiões da cidade serão vistoriadas, em locais cujo monitoramento indicou suspeita de furto de energia. Em média, o furto corresponde a 30%, do total consumido.
No ano de em 2018, a Energisa fiscalizou 108 mil unidades consumidores, nas quais irregularidades foram constatadas em 18 mil delas – o número representa o consumo de energia de um mês inteiro das cidades de Corumbá e Ponta Porã, juntas. Somente no caso do açougue da manhã desta quinta-feira, por exemplo, o prejuízo à concessionária pode ter chegado a R$ 11 mil.
“Inicialmente, prejuízo em 2019 é calculado em R$ 16 milhões e com isso o governo do Estado deixa de arrecadar cerca de R$ 4 milhões. Em 2018, foram R$ 141 milhões, cerca de R$ 35 milhões para o governo. Um dinheiro que poderia ser arrecadado e investido em saúde e educação. A população perde com o furto de energia”, declara o gerente.
O titular do 5º DP, delegado Ricardo Meireles, destacou que os responsáveis pelas unidades consumidoras nas quais os furtos foram identificados deverão prestar depoimento.
“O consumidor pode responder por furto e será ouvido na delegacia para adotar as providências legais. A partir daí, pode-se instaurar um inquérito e até autos de prisão em flagrante, se necessário for”, detalha. Segundo Meireles, a pena de furto chega a quatro anos, mas se for qualificado em algum outro mecanismo, pode ultrapassar de 5 ou 6 anos de prisão.
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