Criança é estuprada em casa de acolhimento e direção mantém vítima e suspeito no mesmo abrigo em MS

Criança chegou a ficar duas semanas em um hotel e depois voltou a conviver com suspeito

Cb image default
Criança. Imagem: (Nathalia Alcântara/Midiamax)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul investiga o caso de um estupro contra uma menina de 10 anos, que está em uma casa de acolhimento em Mato Grosso do Sul. O abuso foi cometido por um adolescente de 12 anos, que vive na mesma casa em que a vítima.

O Jornal Midiamax não revelará o nome da cidade para preservar a identidade da vítima como prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

O crime ocorreu no dia 4 deste mês, quando duas adolescentes de 15 e 16 anos e que moram na casa de acolhimento contaram a uma das assistentes sociais que a menina havia sido abusada pelo adolescente.

No dia, a criança foi encaminhada para uma unidade de saúde para fazer exames. Uma das assistentes do local disse na delegacia que a criança estava sendo hostilizada por três adolescentes que também vivem na casa de abrigo. Segundo a assistente, os episódios começaram com empurrões seguidos de xingamentos contra a vítima.

Ainda segundo a assistente, antes do crime, as adolescentes teriam feito ameaças contra a criança: "Eu te pego, eu te mato, não saio daqui enquanto não te pegar". No dia do estupro, havia mais dois funcionários na casa de abrigo. A criança foi levada para exames médicos.

Abrigo mantém crianças e adolescentes juntos

Na casa de abrigo há cerca de 10 crianças e adolescentes. A reportagem entrou em contato com a direção da unidade, que informou manter crianças e adolescentes juntos no mesmo espaço por falta de outro local e em razão da alta demanda.

A casa tem cerca de 5 funcionários o dia todo para fazer o monitoramento dos abrigados.

Ainda de acordo com a unidade de acolhimento, após o estupro, a criança ficou por duas semanas em um hotel acompanhada de um assistente e voltou recentemente para a casa de acolhimento, onde também está morando o adolescente suspeito pelo ato.

Quando questionada sobre o convívio entre vítima e abusador, a direção da casa de acolhimento respondeu que os dois são monitorados por assistentes sociais do local, com vigilância.

A criança foi para a casa de abrigo em maio deste ano, após ser retirada do convívio familiar por denúncias de maus-tratos cometidos pelo pai que a espancou com uma correia dentada de carro. Os maus-tratos foram descobertos na escola depois da diretora flagrar várias marcas no corpo da menina.

O Jornal Midiamax entrou em contato com a prefeitura para saber sobre medidas que estão sendo tomadas no caso, mas até o fechamento da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.