O cenário esquecido da antiga rodoviária é cada vez mais preocupante, devido ao número de dependentes químicos localizados nos arredores. Neste sábado (5) um dos homens, que mora no local, jogou um sofá contra uma fogueira. O registro foi feito por Edileuza Francisca dos Santos, de 54 anos, que afirmou que ele estava sob efeito de drogas. Segundo ela, a situação tem afastado fiéis da igreja Palavra de Cristo no Brasil, por medo das atitudes dos doentes químicos. O prédio fica localizado na Rua Vasconcelos Fernandes.
O panorama deveria ser diferente, já que a promessa era que de o local seria reformado pela prefeitura e entregue no dia 26 de julho de 2023. Até o momento, a obra está 9% concluída. Com custo de R$ 16,5 milhões, ainda não há previsão de quando ela será finalizada.
A pastora conta à reportagem que também esteve na mesma posição que os homens e mulheres que vivem no lugar, mas que largou o vício aos 27 anos. A história de Edileuza com os entorpecentes começou cedo, aos 14 anos. A mulher, que hoje prega para que pessoas saiam da dependência, chegou a morar na rua por um tempo e já usou até pasta-base.
“Também fui usuária de drogas, fiquei nessa vida por 13 anos, mas não fazíamos isso. Sou do tempo da Rua Barão. Agora o pessoal não respeita nada. Cheguei ao ponto de ser mendiga. Morei nas ruas, não tinha ninguém. Abri meu coração e sai disso”.
Ela ressalta que a comunidade vem sofrendo com o transtorno há muito tempo. "Eles não respeitam, montam barraca em frente a igreja, fazem as necessidades. Chegamos ontem às 18h e eles estavam colocando fogo lá, jogando sofá. Muitos irmãos não querem ir na igreja, cultuar ai. Não sabemos mais o que fazer. No baita centro da cidade. Ali deveria ser algo turístico".
Ela acrescenta que tenta ajudá-los, conversando e oferecendo amparo. “Eles têm condição de sair dali, mas eles tem que querer de verdade. Isso é o próprio homem que não se ama. Faz dias que estou falando com eles, mas ta complicado”.
A polícia esteve no local, mas não pode interferir a não ser que haja agressões físicas contra a população, ou entre os próprios dependentes.
Obra - Lançada em primeiro de julho de 2022, a reforma do Terminal Heitor Eduardo Laburu, na Rua Joaquim Nabuco, deveria ficar pronta no dia 26 de junho.
De acordo com a prefeitura, foi necessária a readequação do projeto, que foi enviado à Caixa Econômica Federal para aprovação da documentação. “Com a liberação por parte da instituição financeira será possível uma nova previsão de entrega da obra”, informa a administração municipal.
Dos recursos de 16,5 milhões, R$ 15,3 milhões eram do Ministério do Desenvolvimento Regional. Enquanto o município daria contrapartida de R$ 1,2 milhão.
No “Portal Mais Obras”, da Prefeitura de Campo Grande, a informação oficial é de que somente 9% da revitalização foi executada. O valor total é de R$ 16.598.808,77, mas o montante gasto foi de apenas R$ 1.416.187,14.
A reforma é realizada pela empresa NXS Engenharia Eireli. Revitalizado, o prédio deve abrigar a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e a Funsat (Fundação Social do Trabalho).
Credito: Campo Grande News
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