Felipe da Silva Gamarra, de 28 anos, foi condenado a 24 anos de prisão por estuprar e tentar matar uma mulher, hoje com 32 anos, a golpes de faca no Jardim Carioca, em Campo Grande. A vítima, que sobrevive com traumas do ataque, saiu do Tribunal do Júri com sensação de justiça feita.
O Conselho de Sentença reconheceu três qualificadoras e o condenou pela tentativa de feminicídio a 14 anos e pelo estupro a 10 anos de prisão em regime fechado. A defesa tentou redução da pena pela confissão, no entanto, sem sucesso. A pena foi fixada pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a 24 anos.
Felipe da Silva Gamarra afirmou não se lembrar do dia do ataque. Em geral, passava os dias bebendo e usando drogas. “Só Jamel [pinga], já nem comia mais naquele dia, não estava dormindo. Eu não lembro do que aconteceu no dia. Eu lembro que no outro dia estava com minha roupa cheia de sangue e vi o caso na televisão”, afirmou.
Durante o julgamento, a promotora Luciana do Amaral Rabelo afirmou que a vítima queria Justiça. “Ela não quer vingança e sim Justiça”. A representante do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ainda demonstrou surpresa com o que classificou de memória seletiva do acusado. “Ele lembra a pinga, a marca, o dia que foi embora para Anastácio, que lavou a roupa, onde jogou a faca. Mas não se lembra da hora do crime. Memória seletiva? Mas a vítima vai lembrar para o resto da vida do rosto dele e o que aconteceu naquele dia.”
O ataque foi às 13h do dia 29 de julho de 2019, no Bairro Jardim Carioca, em Campo Grande. Armado com faca, ele abordou a vítima na rua e a obrigou a entrar num matagal. Felipe tentou roubar o celular, avaliado em R$ 1.590, mas desistiu porque ela não conseguia desbloquear o aparelho. Depois a violentou e desferiu as facadas.
A vítima passou 19 dias internada, sendo nove na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Três facadas foram no pescoço, exigindo traqueostomia.
Prisão - Felipe Gamara foi preso em agosto de 2019. Ele cometeu os ataques às mulheres entre o final de julho e o dia 19 de agosto daquele ano. Em meio à comoção, fugiu para Anastácio, a 135 km de Campo Grande, onde acabou preso após briga com um familiar. No atendimento à ocorrência, os policiais descobriram que ele era foragido da Justiça por acusação de homicídio e lesão corporal e cumpriram o mandado de prisão.
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