O Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli, disse, durante visita a uma escola pública no bairro Nova Lima, região oeste de Campo Grande, que o assassinato do jornalista Léo Veras é uma tentativa de calar a imprensa, a democracia e os jornalistas. A declaração ocorreu no início da tarde desta sexta-feira (14).
"É um atentado contra liberdade de imprensa", opinou.
Toffoli chegou a Campo Grande na noite de quinta-feira (13) com a intenção de visitar órgãos do Poder Judiciário e se encontrar com dirigentes dos tribunais das áreas estadual, trabalhista, eleitoral e federal. A viagem é uma iniciativa do ministro, que pretende percorrer todas as capitais do país no intuito de promover o diálogo com magistrados e ampliar a integração do Poder Judiciário.
Em 2020, Dias Toffoli já visitou tribunais em Sergipe e Pernambuco. Mato Grosso do Sul é o 17º Estado a receber a visita do ministro, que já esteve em Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
No final da manhã desta sexta-feira (14), Toffoli também conheceu projetos sociais desenvolvidos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) e pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT/MS). A Escola Estadual Lino Villachá foi a selecionada, já que passou por reforma completa no final do ano passado.
O projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade” é executado por detentos da cidade e já reformou 11 escolas. Ele pôde ser realizado e custeado por meio de uma parceria entre o TJ-MS e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.
Execução
Léo Veras é paraguaio e tem nacionalidade brasileira. Ele tinha um site de notícias em Ponta Porã, cidade que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, onde é bastante conhecido em Mato Grosso do Sul por seu trabalho. O site dele produzia notícias policiais da região da fronteira em português e espanhol. Frequentemente ele noticiava situações relacionadas ao tráfico de drogas.
De acordo com a Polícia Nacional do Paraguai, Léo foi atingido por cerca de 12 tiros de pistola calibre 9 milímetros. Um dos disparos acertou a cabeça dele no momento em que ele tentou correr dos assassinos. O jornalista chegou a ser socorrido e encaminhado para um hospital particular da cidade paraguaia, mas não resistiu.
Segundo a ocorrência, Léo estava jantando com a família no quintal de sua casa. Por volta das 21h, dois pistoleiros encapuzados chegaram em uma caminhonete branca, entraram pelo portão que estava aberto e invadiram o local. Eles direcionaram os disparos contra o jornalista e foram atrás dele quando Veras tentou correr para a rua.
O promotor paraguaio responsável pelo caso, Marco Amarilla, informou ao “G1” que apurou que o jornalista vinha sofrendo ameaças. Nos últimos dias, segundo o promotor, Léo Veras estava com medo. A esposa dele, Cinthia Veras, falou que achou que o marido estivesse brincando, quando comentou sobre o fato dela ficar sozinha.
Com informações do site da TV Globo - G1/MS
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