“Índio não gosta de polícia na aldeia. Eu soltei as flechas para me defender”, disse Osmar Nunes Benites, de 29 anos, preso em flagrante por atacar a equipe policial a flechadas. O caso aconteceu no último domingo (21), na Aldeia Laranjal, na BR-060, no km 10, em Jardim.
Em depoimento à polícia, Osmar relatou que havia passado o dia consumindo bebia alcoólica, quando avistou a polícia. “Passei o dia em casa bebendo um camelinho, já estava bêbado quando vi a polícia na aldeia. Peguei o arco e fui ver o que era. Quando eu estava chegando perto, os policiais já me viram e atiraram, eu revidei com flechadas. Eu estava bêbado”, garantiu.
Testemunhas relataram que Osmar atacou a polícia pelas costas, de forma repentina, enquanto os militares, civis e perícia técnica atendiam ocorrência de morte a esclarecer de Jaqueline Moraes Gomes, de 28 anos, cunhada do autor.
Conforme o auto de prisão em flagrante, um dos policiais militares, de 47 anos, que participou da ocorrência, relatou que a equipe havia colocado na viatura policial o marido de Jaqueline, irmão de Osmar, pois até então não sabia se o rapaz tinha envolvimento com o fato. A hipótese para a morte de Jaqueline é de suicídio.
“Em um momento inesperado e sem que ninguém percebesse outra pessoa, o indígena surgiu furtivamente entre a vegetação e se valia do artefato arco e flecha, nesse instante ele começou a disparar contra as equipes policiais”, contou o policial.
A polícia então mandou Osmar jogar o artefato no chão, mas a ordem não foi acatada. “Demos a ordem ao indígena de que ele jogasse o artefato no chão, mas isso não foi acatado. Sendo que mais uma vez disparou outra flecha em minha direção, não acertando”, afirmou o PM.
Para conter o agressor, foram feitos disparos de bala de borracha e tiros de munição real. O indígena só se rendeu depois que foi atingido por três disparos de munição de elastômero calibre 12. Osmar foi preso em flagrante por tentativa de homicídio contra autoridade de segurança pública.
Osmar passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (23), às 14h, na Justiça para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito ou se poderá responder em liberdade. A reportagem tentou contato com os policiais militares atacados, mas a informação era de que estavam de folga.
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