Júri de vizinho que estuprou Carla em vida e até depois da morte será em abril

Marcos, de 21 anos, é acusado de feminicídio com três qualificadoras, estupro e mais dois crimes

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O corpo de Carla, abandonado em calçada de comércio vizinho à família, coberto por manta levada pela família. Foto: (Kísie Ainoã)

Sete de abril de 2021 é a data definida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, para que Marcos André Vilalba de Carvalho, de 21 anos, seja julgado pelo assassinato de Carla Santana Magalhães, de 25 anos. O caso foi um dos mais chocantes ocorridos na cidade no ano passado, quando a vítima foi atacada na porta de casa e violentada sexualmente em vida e depois da morte pelo vizinho de muro.

Marcos confessou tudo na frente do juiz, inclusive que havia violado o corpo da jovem. Depois disso, colocou a vítima morta debaixo da cama. Dada como desaparecida pela família, Carla foi achada morta na calçada de estabelecimento comercial na mesma rua onde ela e o algoz moravam, três dias depois de sumir.

O réu vai a júri por feminicídio, cometido neste caso em razão de menosprezo à condição de mulher, situação diferente das habituais, que são mortes em que há o contexto da violência doméstica. Também foram elencadas as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recursop que dificultou a defesa da vítima.

Conforme acusou o promotor Douglas Oldegardo dos Santos e sentenciou o juiz, Marcos também responderá por estupro, prática criminosa admitida por ele quando prestou depoimento ao juiz. Mais dois crimes foram atribuídos a ele: vilipêndio e ocultação de cadáver.

Comunidade em choque – Carla Santana Magalhães, 25 anos, desapareceu na noite do dia 30 de junho no Bairro Tiradentes. A família e os vizinhos fizeram uma força-tarefa, sem qualquer pista.

O vizinho Marcos André Vilalba de Carvalho, que morava em imóvel alugado dividido apenas por um muro da casa dela, chegou a conversar com as pessoas sobre o sumiço. No dia 3 de julho, o cadáver da jovem apareceu nu, na calçada de um bar na rua onde ela sumiu.

No dia 19 de julho, Marcos foi abordado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que encontraram vestígios de sangue dentro da quitinete. Responsável pela investigação, a equipe da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) foi ao local e o rapaz acabou sendo preso e confessando, sem dar detalhes.

Foram presos dois depoimentos na unidade policial para que ele falasse mais claramente. Só em juízo, por exemplo, ele admitiu o estupro. Em todo o tempo que foi ouvido, o assassino deu apenas uma suposta motivação: o fato de Carla não tê-lo cumprimentado durante encontro na rua de casa.

A sentença de pronúncia, mandando-o ao júri popular, foi publicada agora, já com a data prevista para a sessão de julgamento.

A defesa de Marcos, agora, tem prazo para apresentar recurso ao próprio magistrado.

Com informações e imagem: CampoGrandeNews

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