Mulher perde R$ 3,3 mil em golpe do remédio falso e denuncia "médico"

Golpista procurou vítima que está com a mãe intubada em hospital particular e detalhou quadro clínico

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Fachada do Prontomed onde paciente está internada; suposto médico não faz parte do quadro clínico (Foto: Bruna Marques | Arquivo)

Mulher de 44 anos procurou a 5ª Delegacia de Polícia Civil nesta terça-feira (29), após perder R$ 3,3 mil em um golpe de medicamento milagroso oferecido por um suposto médico plantonista do hospital Prontomed, em Campo Grande. A vítima está com a mãe internada no local e golpista chegou a detalhar quadro clínico da paciente.

Segundo o registro policial, a mãe da vítima deu entrada na emergência do hospital para fazer um exame cardíaco e, na ocasião, foi descoberto que ela estava com uma artéria obstruída. Com isso, a paciente teve uma parada cardíaca e precisou ser intubada e colocada em coma induzido.

A sedação acabou sendo retirada um tempo depois, mas a paciente não voltou do coma. Com isso, na segunda-feira (28) a vítima recebeu a ligação de um homem que se identificou como Marcelo Uchoa. À mulher ele relatou ser médico plantonista do hospital e que teria um medicamento para ajudar na recuperação de sua mãe.

Como o golpista detalhou o quadro clínico da paciente, ela acreditou ser verdade. O suspeito então afirmou que o remédio custava R$ 4,6 mil, mas a mulher informou que não teria todo esse dinheiro. Ela então fez um Pix de R$ 2,3 mil para a conta em nome de Nilva Maria de Magalhães Silva e depois mais uma transferência de R$ 1 mil para a mesma pessoa.

Nesta terça-feira, a mulher foi até o hospital e perguntou para uma enfermeira se a medicação já havia sido dada a sua mãe. A profissional então disse que esse tipo de solicitação não é feita pela unidade de saúde e que possivelmente ela teria sido vítima de um golpe. Com isso, ela decidiu procurar a delegacia e registrar o caso.

Ao Campo Grande News, a Santa Casa, hospital onde fica o Prontomed, explicou que tentativas de golpe em nome da unidade hospitalar, infelizmente, são recorrentes e ontem o suspeito acabou conseguindo concretizar o crime. Através de nota, a entidade destacou ainda que no quadro clínico não há nenhum médico chamado Marcelo Uchoa.

“Não sabemos como os golpistas acessam as informações dos pacientes, mas esse não é um problema exclusivo da Santa Casa. Diversos hospitais de Mato Grosso do Sul e até mesmo do país enfrentam a mesma situação, e esperamos que em breve as autoridades identifiquem a causa”, diz a nota.

O hospital ressalta ainda que não entra em contato com familiares de pacientes pedindo dinheiro, mesmo os da linha privada, já que as cobranças são feitas de forma presencial e com acompanhamento “não há em hipótese alguma o pedido de depósito em conta de terceiros”, pontua a instituição.

Por fim, a Santa Casa recomenda que qualquer pessoa que receba ligações em nome do hospital pedindo dinheiro procure a polícia e registre o boletim de ocorrência. Em seguida, entre em contato pelo telefone (67) 3322-4050 para o acompanhamento do caso pela unidade de saúde.

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