Ossos e cabelo são encontrados nas fezes de onça suspeita de matar caseiro no Pantanal

Fragmentos foram encaminhados para exame de DNA

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Onça foi capturada pela PMA no último dia 24 de abril. (Foto: Saul Schramm/Secom)

Ossos e cabelo foram encontrados nas fezes da onça-pintada suspeita de matar o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, na região conhecida como Pantanal do Touro Morto, em um pesqueiro de Aquidauana. O ataque ocorreu há cerca de duas semanas e a onça foi capturada pela PMA (Polícia Militar Ambiental) para exames que devem confirmar se ela é o animal envolvido na morte do caseiro.

Nesta segunda-feira (5), o delegado Luis Fernando Mesquita, lotado na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Aquidauana e responsável pelas investigações, confirmou que os fragmentos foram encontrados no animal.

No entanto, ainda não há confirmação se os fragmentos de ossos e cabelo são de humano. Por isso, os fragmentos foram recolhidos e encaminhados para perícia que posteriormente realizará o exame de DNA por comparação.

“Estamos aguardando a elaboração dos Laudos Periciais requisitados e realizando a oitiva dos envolvidos quando a investigação!”, explicou o delegado.

Captura de onça

A captura do animal de 94 quilos aconteceu três dias depois do ataque ao caseiro. A onça-pintada foi encontrada por equipes da PMA próximo de onde Jorge foi atacado e encaminhada ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).

Logo que o animal chegou ao CRAS, a equipe médica veterinária constatou que a onça estava com anemia, mas segundo o novo boletim, o animal apresenta um quadro de saúde estável.

No entanto, a polícia reforçou no dia da captura que não é possível afirmar que esta foi a onça que matou o caseiro. “Capturamos porque era a que estava rondando a casa, está magra e abatida. Mas como ele (o caseiro) foi arrastado para o mato, outros animais podem ter atacado e comido”. Além disso, a PMA já havia dito que teriam mais animais da espécie no local.

A onça-pintada capturada após o ataque e a morte do caseiro não deverá retornar à natureza.

Possível dinâmica do ataque

A suspeita é de que a onça tenha aparecido na casa em que Jorge morava enquanto ele fazia café. O ataque teria ocorrido por volta das 5h30 do dia 21 de abril.

Amigos e parentes acreditam que Jorge se apavorou e tentou correr, mas foi cercado pelo animal no meio do deck que leva até as águas. Ali mesmo, a onça teria partido para cima do caseiro e arrastado seu corpo mata adentro, passando pelo rio.

Logo cedo, turistas foram até o local para comprar mel e se depararam com os vestígios no caminho. Muito sangue, vísceras e pegadas foram encontradas na área do ataque. “A onça comeu o caseiro”, comenta um dos populares em vídeo registrado pela manhã.

Após receber a denúncia, a Polícia Militar Ambiental deslocou um helicóptero até a área para tentar localizar o corpo e confirmar o ataque. As buscas foram encerradas após os restos mortais serem encontrados na manhã de terça-feira (22), um dia depois do desaparecimento do caseiro.

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