Por dia, aproximadamente 105 motoristas são flagrados utilizando o telefone celular enquanto dirigem em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran-MS), entre janeiro e o início de dezembro do ano passado, foram registradas 35.026 infrações pelo uso do celular durante o ato de dirigir.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), dirigir segurando ou manuseando telefone celular caracteriza infração gravíssima, com multa no valor de R$ 293,47, além de sete pontos anotados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A multa pode ainda ser combinada com outro tipo de infração, a condução de veículo sem as duas mãos ao volante, que custa R$ 130,16 e rende mais cinco pontos na carteira.

Chefe da Escola Pública de Trânsito, Marcos Alexandre, afirma que o uso do celular ao volante tira a atenção do motorista e pode ocasionar acidentes, causando riscos à segurança no trânsito.

“Isso também é algo relacionado à ansiedade, a uma certa mania de querer usar o telefone o tempo todo não apenas para falar, mas na maioria dos casos, para mandar mensagens, o que prejudica totalmente a atenção ao volante”, disse.

Marcos lembra ainda que, onde o excesso de velocidade, aliado a essa falta de atenção, torna as coisas ainda piores. “Podemos dizer que, atualmente, os celulares são os maiores inimigos do trânsito”, alertou.

Mesmo com o carro parado no semáforo ou no engarrafamento, o manuseio de aparelhos eletrônicos continua sendo infração passível de multa.

Levantamento mais recente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) aponta que o uso do celular na direção é a terceira maior causa de acidentes com morte no trânsito, ficando atrás apenas do excesso de velocidade e da embriaguez ao volante.

DIREÇÃO DEFENSIVA

Marcos Alexandre afirma que 90% dos acidentes de trânsito poderiam ser evitados se os motoristas colocassem em prática as técnicas de direção defensiva. Conforme o Departamento Nacional de trânsito (Denatran), direção defensiva é a forma de dirigir que permite reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com o motorista, com seus acompanhantes, com seu veículo e com os outros usuários da via.

Na avaliação do chefe da Escola Pública de trânsito, a maioria dos acidentes acontece por imprudência, negligência ou imperícia do próprio motorista.

“São falhas humanas e nesse contexto podemos incluir a falta de atenção, que é um grande causador de acidentes, tanto em rodovias quando no perímetro urbano”, afirmou. Com Correio do Estado