Com 29,1 quilos de carnes per capita ano, o sul-mato-grossense é o maior consumidor do produto in natura no Brasil. O que confirma a nossa fama de carnívoros e apreciadores de um bom churrasco. Já o consumo de arroz e feijão no Estado vem caindo gradativamente quase pela metade nos últimos anos. E mais estamos bebendo mais álcool, mas reduzimos o consumo de sal e açúcar.
Este raio X dos hábitos de consumo foram mostrados hoje pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Na publicação são apresentados os resultados referentes às quantidades da aquisição de alimentos para consumo no domicílio, per capita no ano, de alimentos e bebidas da população brasileira.
Uma análise histórica por produtos selecionados revelou que o arroz com feijão, composição tradicional das refeições no Brasil e no Estado, apresentou uma redução considerável nas quantidades adquiridas para o consumo domiciliar. Enquanto na pesquisa anterior, a quantidade média per capita adquirida de arroz em MS foi de 31,5 kg, na POF 2017-2018 ela foi de 25,29 kg, recuo de 42%. Já o consumo médio de feijão, por sua vez, ficou em 9,3 kg, em 2002-2003, para 4,6 kg na POF 2017-2018, redução de 50,5%, bem próxima da média nacional que foi de 52%.
Uma boa notícia foi que a aquisição de frutas e hortaliças cresceu no Estado neste período. A compra de frutas em 2017-2018 foi de 26,43 Kg/ano, um acréscimo de 44,57% em relação à 2002-2003 ( 18,26 kg). A média ficou próxima da média nacional (26,414 kg).
As frutas prediletas por aqui são: Banana (6,74 kg), laranja (5,18 Kg) e melancia (3,97 kg). Nas hortaliças também houve um avanço de compras em MS, e ficou em 28,734 kg, um aumento de 16,05% com relação à 2002-2003 (24,76 kg), maior que a média nacional (23,77 kg). As mais consumidas foram: tomate (6,26 kg), batata-inglesa (4,20 kg) e mandioca (3,83 kg).
Carnívoros – A pesquisa apontou uma coisa que muita gente desconfiava. MS tem maior aquisição per capita de carnes do País, mas a 3º menor em pescados Quando analisadas as aquisições em kg/ano, os números de MS se destacam novamente. Enquanto a média de aquisição de carnes no país é de 20,76 kg, No Estado, a aquisição dos grupos de carnes se divide em: 6,69kg de carne bovina de primeira, 9,96 kg de carne bovina de segunda, 5,66 kg de carnes bovinas outras e 4,61 kg são de carne suína. A comparação com os anos de 2002-2003 (29,12kg) e 2008-2009 (29,23 kg) mostra um tímido aumento, quase sendo considerado estável.
O peixe não tem muito espaço no cardápio do sul-mato-grossense ao contrário dos vizinhos do Mato Grosso. Aqui a o consumo médio per capita é o 3°menor do país, com 1,03 kg por ano. A média nacional foi de 2,79 kg. A aquisição de pescados sofre queda de 27,5% se comparada a 2008-2009 (0,75kg).
No caso das aves, o consumo também é elevado de 9,66kg deste tipo de proteína anualmente, o que coloca o Estado em 2º no ranking do Centro-Oeste, ficando à frente do MT (8,59kg) e bem distante de GO, que fica em 1º com 14,03kg. A média nacional foi de 12,43 kg.
Os ovos adquiridos por ano somam 3,20kg. Com esse número, à frente de MS fica apenas MT no CO, cujas famílias adquirem em média 4,06kg de ovos. Quando considerados os números de aves e ovos em conjunto tem-se 12,85kg, bem abaixo da média nacional para 2017-2018 (15,76kg), a aquisição sofre queda, tanto quando comparada a 2008-2009 (12,94kg), quanto a 2002- 2003 (13,48kg).
O uso do laticínios na alimentação do sul-mato-grossense ficou em 36,80 kg, maior do que os demais estados do Centro- Oeste: Mato Grosso (36,12 kg), Goiás (33,65kg) e Distrito Federal (26,80 kg). Em comparação com a pesquisa anterior, os resultados apontam que houve uma redução no consumo de leites e derivados, tanto em Mato Grosso do Sul quanto nos demais estados da região Centro-Oeste.
Menos sal e açúcar – Um ponto positivo na pesquisa foi que a população de MS reduziu o consumo de sal e açúcar. Na análise de sais e condimentos, o Estadol apresentou redução de 6 kg em 2008-2009 para 4,3 kg em 2017-2018 por pessoa, uma queda de 28,3%.
O açúcar também cortamos bem. A média per capita de açúcares, doces e produtos de confeitaria foi de 18,7 kg, em 2008-2009, para 14 kg em 2017- 2018 (queda de 25,1%).
O consumo de açúcar cristal caiu 34,6%, indo de 12,7 kg em 2008-2009, para 8,3 kg em 2018-2019. A aquisição de açúcar refinado aumentou de 0,7 kg em 2008-2009 para 1,5 kg em 2017-2018.
Bebendo mais álcool – Enquanto o consumo de refrigerantes caiu no Estado o uso do álcool cresceu no período. Dentro do grupo Bebidas e infusões, que apresentaram aumento de suas quantidades per capita médias adquiridas entre os períodos de realização das POFs nacionais, as Bebidas alcoólicas, em MS, tiveram aumento de 23,10%, com destaque para a Cerveja com saldo positivo de 27,24%.
Já o consumo de Bebidas não-alcoólicas no estado vai na direção oposta a lógica nacional, com o decréscimo no consumo em 16,33%. No grupo de Bebidas não alcoólicas, tem havido uma diminuição no consumo de Refrigerantes. Tira-se como exemplo os Refrigerantes de cola, o mais popular entre eles, cujo consumo caiu 30,94%. Na direção oposta estão a Água mineral e o Suco de fruta envasado, com aumento de 23,94% e 63,96% respectivamente.
Credito: Campo Grande News
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