Novamente a direção da IVIBIO se dirige à sociedade ivinhemense, desta vez primeiramente para lamentar a decisão do gestor municipal pela "Rescisão Unilateral" do contrato de cedência da área do antigo zoológico, retirando-a dos cuidados da IVIBIO.
A cedência, obtida por 20 anos com o apoio do então vereador, atual prefeito, visava a proteção da área de um destino ambientalmente desfavorável aos seres vivos (da fauna e da flora, entre outros) que lá habitam, se alimentam, acasalam, ao mesmo tempo que garantiria o avanço de sua regeneração natural, contribuindo, cada vez mais com toda a população ivinhemense, extremamente beneficiada por possuir um fragmento com espécies de Mata Atlântica dentro da área urbana do município.
De acordo com informações obtidas pelo Portal Ivi Hoje, a Associação IVIBIO não tem fins lucrativos e não dispõe de recursos, mas elaborou projetos que foram contemplados com verbas públicas para sua execução.
Desta forma, o alambrado e entradas foram reformados, banheiros foram "reconstruídos", um viveiro de mudas implantado (lembrando que o viveiro depende de atividade de coleta, beneficiamento de sementes, preparo de substrato, semeadura, transplantio etc) e conduzido por membros da IVIBIO e estagiários vinculados a ela.
Como última etapa antes da perda da cedência, foi adquirido e instalado um bebedouro e implantada uma trilha ecológica, com placas educativas/informativas ao longo de todo o percurso, a qual já poderia receber novamente visitantes, como ocorria regularmente antes da pandemia e que constam no dossiê elaborado pela Associação atendendo uma solicitação da Defensoria Pública.
O uso da área para construção de um parque aos moldes da atual gestão é preocupante porque não há área disponível, considerando o avanço do processo de regeneração da vegetação e a retirada de exemplares arbustivos/arbóreos pode comprometer a sustentabilidade almejada para o fragmento.
Além disso, o acesso livre, fora da trilha delimitada e das instalações já existentes, impactará negativamente os serviços ambientais prestados pelo local para toda a cidade, absorvendo CO2, contribuindo com a umidade do ar, amenizando a temperatura, servindo como ponto de recarga de água no solo, além de abrigar um banco de sementes de várias espécies arbóreas nativas, inclusive em risco ou ameaçadas de extinção, como as perobas.
Enfim, o local já consta com um projeto em andamento, conforme a placa fixada numa das entradas, para a criação do Centro de Educação Ambiental do Vale do Ivinhema, faltando, para sua conclusão, a reforma do prédio central, com orçamento e planta já elaborados e de conhecimento do gestor e do Ministério Público. Desde a cedência, diversas atividades de educação ambiental foram conduzidas, em conjunto com a UEMS, com as escolas municipais e estaduais, com a APAE, entre outros, sendo estas amplamente divulgadas nas mídias locais.
Diante do impasse provocado por uma conduta autoritária, que afasta a possibilidade de diálogo com o gestor, finalizamos esta nota revelando preocupação com o destino ambiental da área do bosque, em uma cidade em que as áreas historicamente definidas como "áreas verdes" estão sendo drasticamente convertidas em loteamentos e haveria possibilidade de se criar um "parque" totalmente novo em muitos outros espaços, enriquecendo o município sob o ponto de vista ambiental e de lazer para a população, com todos os equipamentos desejados, sem que nenhuma árvore precisasse ser derrubada para tal.
A um projeto ja sendo construído inclusive já foi concluído a primeira etapa com trilha ecológica toda sinalizada com placas educativas reformas e todas as adequações, e sendo realizadas atividades promovendo educação ambiental desde de 2018.
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