Terceira dose de vacina contra Covid-19 será necessária? Entenda

BioNTech e Pfizer avaliam necessidade de mais uma dose de seu imunizante, infectologista defende a aplicação do reforço

A aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 tem sido discutida por autoridades e profissionais de saúde. O infectologista André Barbosa explica que o principal motivo de uma dose extra tem a ver com as variantes do coronavírus, que continuam a ocorrer e disseminar.

Atualmente, quatro variantes preocupam as autoridades da Organização Mundial de Saúde (OMS): Alpha, Beta, Gamma e, especialmente, a Delta, que se espalha com mais facilidade. Conforme a Secretária Estadual de Saúde (SES), até o momento, 13 variantes de coronavírus já estão presentes no Estado.

“Uma nova variante é sempre motivo de preocupação, a delta é considerada altamente transmissível, mas as vacinas têm mostrado bons resultados e já podemos notar que os imunizantes cumpriam o que prometeram nos ensaios clínicos, pessoas que tomam as duas doses não desenvolvem quadros graves da doença. Contudo, nenhuma das vacinas irá garantir uma imunidade permanente, ou seja, que a gente tome e fique imune durante toda vida', apontou Barbosa.

A variante Delta, descoberta originalmente na Índia, foi identificada pela primeira vez no Maranhão, em maio, e também registrada em São Paulo. A cepa está presente em mais de 111 países no momento, de acordo com a OMS.

De acordo com o especialista, a dose de reforço pode ser necessária porque, com o tempo, a proteção oferecida pela vacina cai, contudo, de quanto em quanto tempo a vacina deverá, só será possível pontuar após a realização de novas pesquisas.

“A vacina contra o vírus influenza, que causa a gripe, por exemplo, é aplicada anualmente. E sua composição muda todo ano justamente para proteger as pessoas das variantes em circulação em determinado período. Pesquisas serão fundamentais para definir a necessidade, qual será a performance de cada vacina', destacou.

Até o momento, receberam aval definitivo ou emergencial para serem aplicadas no país as vacinas AstraZeneca/Oxford, Pfizer, CoronaVac e Janssen. As três primeiras são com duas doses e a quarta, com dose única.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na última segunda-feira (19), a realização de testes clínicos no Brasil para estudar a eficácia e a segurança da aplicação de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca.

Em nota publicada em seu site, a Anvisa deixou claro que 'todas as vacinas autorizadas no Brasil garantem proteção contra doença grave e morte, conforme os dados publicados' e que 'não há estudos conclusivos sobre a necessidade de uma terceira dose ou reforço'.

Conforme dados do vacinômetro, 2.163.130 doses foram aplicadas no Estado desde 18 de janeiro de 2021, início da campanha de imunização.

Com isso, 55,05% da população sul-mato-grossense está vacinada e 29,87% imunizada com as duas doses ou dose única.

REFORÇO EM OUTROS PAÍSES

A possibilidade de reaplicação da vacina está sendo avaliada por vários países, mas a maioria ainda estuda tal necessidade. A Turquia foi o primeiro país com grande população a oferecer o reforço, mas apenas para profissionais de saúde e pessoas com mais de 50 anos que receberam doses da Pfizer ou da CoronaVac.

O sistema de saúde pública do Reino Unido estuda aplicar a dose de reforço em pacientes de grupos mais vulneráveis. Enquanto, a Pfizer comunicou estar se preparando para solicitar aos órgãos reguladores nos EUA uma terceira dose de reforço de seu imunizante.

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