A 15ª Vara Cível de Campo Grande condenou um homem de 76 anos a pagar R$ 12 mil como indenização por danos morais a sua companheira, de 80 anos, vítima de violência doméstica.

A decisão, assinada pelo juiz Flávio Saad Peron, veio após sentença criminal que já havia reconhecido o crime e fixado pena de quatro anos de reclusão em regime aberto, além do pagamento de R$ 8 mil por dano moral. Para evitar duplicidade, o magistrado determinou o abatimento do valor já imposto na esfera penal ao quantificar a indenização cível em R$ 12 mil.

De acordo com os autos, o casal mantinha relacionamento desde 2011 e morava junto. Em outubro de 2022, após discussão sobre o envio de mensagens e dinheiro à ex-companheira do réu, a vítima foi agredida com violência, sofrendo escoriações no rosto, hematomas, fratura no nariz em três pontos, além de abalo psicológico.

Medidas protetivas foram deferidas em favor da idosa. O juiz registrou que a decisão criminal comprovou a conduta ilícita e o nexo causal das lesões, permitindo a fixação da reparação civil.

O caso ganha relevo em um cenário de violência contra mulheres que permanece grave em MS. Levantamento do Campo Grande News indica que, entre janeiro e 31 de agosto deste ano, feminicídios foram registrados em 18 cidades, média de três mortes por mês.

 As idades das vítimas variam de 10 meses a 65 anos, mas a maioria tinha entre 20 e 40 anos, faixa que concentra mais da metade dos casos. Entre os autores, estão companheiros, pai, irmão e até filho.

Neste ano, o número de assassinatos no Estado chega a 24 entre janeiro e 31 de agosto de 2025. Somente neste mês foram 6 tentativas de feminicídio, num total de 49  no ano.