A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (13), a Operação Narcos, para desarticular quadrilha especializada em tráfico de drogas via aeródromos e portos. Um aeródromo em Mato Grosso do Sul era ponto de passagem dos criminosos, que transportavam os entorpecentes da Bolívia.
Segundo a PF, a ação teve como objetivo desmantelar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e armas, esquemas de lavagem de dinheiro e ligada à facção criminosa. Durante a operação, a PF contou com apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Polícia Civil.
Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e 16 de prisão preventiva, em Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas, no Litoral Norte, Florianópolis e Canelinha, na Grande Florianópolis, e Brusque, no Vale do Itajaí, todos em Santa Catarina, além de Eunápolis e Porto Seguro (BA), Governador Valadares (MG), Linhares (ES) e Canoas (RS).
No curso do trabalho investigativo, identificou-se que integrantes do grupo criminoso possuíam patrimônios milionários registrados em seus próprios nomes e no de terceiros (parentes, empresas e outros ‘laranjas’), razão que levou à decretação de sequestro de imóveis, vários de alto padrão, incluindo apartamentos em Itapema (SC), Bombinhas (SC), Porto Belo (SC) e um sítio em Canelinha (SC). A PF pediu o bloqueio de 25 pessoas investigadas e o sequestro de oito imóveis e 19 veículos.
Segundo o MPF (Ministério Público Federal), que acompanhou a operação, os aeródromos usados no transporte de drogas ficam em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Amazonas. Caminhões também eram usados no transporte.
De acordo com o que foi apurado pela PF durante a investigação, o grupo criminoso atuava em vários estados do país. Ele utilizava pequenas aeronaves e aeródromos para trazer drogas da Bolívia de forma clandestina, com posterior revenda no mercado interno ou envio para outros países por meio de transporte marítimo, a partir de portos localizados em Santa Catarina e em outros estados do país.
Quase duas toneladas de cocaína foram apreendidas durante a investigação, bem como 12 aeronaves, o que resultou na prisão em flagrante de alguns integrantes do grupo, tendo, inclusive, um dos seus líderes sido preso em meados de 2019 no Pará. A apuração colheu fortes indícios de que a quadrilha fazia parte de uma facção criminosa e também atuava no contrabando de armas de calibre restrito.
As ações têm por objetivo a desestruturação do grupo criminoso, com a responsabilização penal de seus integrantes e a constrição de recursos patrimoniais, garantindo que os bens e valores obtidos com as práticas criminosas retornem ao Estado e à sociedade.
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