O número de empresas em recuperação judicial aumentou 57,1% em Mato Grosso do Sul, no período de 1 ano. Conforme o Monitor de Recuperações Judiciais da RGF Associados, no primeiro trimestre de 2024, eram 28 casos, e neste ano subiu para 44.
O agronegócio lidera os pedidos. Prova disso é de que somente no segmento de cultivo de soja, são sete casos, de um total de 454 empresas.
Em seguida está transporte rodoviário de cargas, com cinco casos; criação de bovinos para corte, três; comércio atacadista de medicamentos, três; fabricação de laticínios, confecção de peças de vestuário, comércio atacadista de cereais e leguminosas, e supermercados, com dois processos de recuperação cada um.
Além disso, também estão na lista: frigorífico, açougue, serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita, fabricação de álcool, fabricação de adubos e fertilizantes, comércio atacadista de carnes bovinas, suínas e derivados, comércio atacadista de pescados e frutos do mar e comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo.
Do total de 32.023 empresas contabilizadas para o estudo, 44 têm recuperação judicial em Mato Grosso do Sul. O Índice de Recuperação Judicial no Estado está em 1,37.
O advogado Thiago Amorim, presidente da Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócio da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul), detalha algumas causas que podem ter contribuído para essa disparada.
“Dentre os principais, podemos citar: o forte encarecimento do crédito rural, provocado pela elevação das taxas de juros nos últimos dois anos; o aumento expressivo nos custos de produção, especialmente fertilizantes e defensivos agrícolas; e eventos climáticos adversos como estiagens prolongadas, que impactaram negativamente a produtividade em diversas regiões do País, inclusive em Mato Grosso do Sul”, explicou.
Outro fator destacado pelo profissional em relação ao aumento é que os produtores passaram a compreender, de fato, o que significa a recuperação judicial.
“Muitos produtores, devidamente assessorados, passaram a compreender que a recuperação judicial não é um sinônimo de falência, mas sim um instrumento legítimo para reorganizar suas dívidas e manter a atividade econômica funcionando. Não é uma estratégia para ganhar dinheiro, como muitos defendem, mas o último recurso para continuar produzindo”, finalizou.
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