Nesta ultima sexta-feira, 28 de abril, a Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) promoveu o evento de Abertura de Safra 2023 e 2024. Com cerca de 250 produtores rurais presentes, a associação apresentou números das duas safras anteriores e apontou um crescimento entre 8% e 10% na atual 2023/24, que na região centro sul do Brasil, moeu 548 milhões de toneladas de cana de açúcar, podendo chegar a 600 que se inicia.
“O evento foi muito positivo. Acreditamos sim, que a safra desse ano tende a ser mais favorável, estamos com uma expectativa de crescimento em torno de 8% a 10% comparado com a safra do ano passado, que se encerrou no último mês, e era tida como uma safra de recuperação do produtor, mas não veio”, explicou Almir Torcato, gestor Corporativo da Canaoeste.
O setor vem de um período de ganhar fôlego, já que a safra anterior da região Oeste Paulista fechou no mês passado com a mesma produção de 2020/21, que teve uma perda de quase 20% de quebra de produtividade.
Segundo o engenheiro agrônomo Caio Carvalho, diretor da Canaplan Consultoria, que abriu o evento e apresentou os dados, mesmo que o processo de decisão estratégica de negócios ao longo da safra vem passando por um momento muito complicado, muito perigoso geopoliticamente. “Teremos duas safras muito boas [...] a inflação deve ser de 6% e será difícil de cair.”
ATUAL SAFRA PODERIA SER BEM MELHOR
Segundo dados apresentados pela Canaoeste, as duas safras anteriores tiveram quebra nos resultados devido a questões climáticas, no entanto, as expectativas são bastante favoráveis no aspecto de produtividade para a safra 23/24.
“Tivemos um impacto negativo nas últimas duas safras, com uma quebra significativa em torno de 20%. Se realmente nós não tivéssemos sequelas do canavial antigo, que está um pouco deteriorado por conta das condições climáticas dos últimos dois anos, o resultado seria muito mais positivo”, reforçou Almir Torcato.
Outro ponto bastante positivo para a safra que se iniciou no dia primeiro de abril, é em relação aos preços. Existe uma perspectiva muito positiva quanto ao valor do açúcar e etanol.
“O açúcar, em detrimento as questões voltadas a frustração de safra em outros países que produzem açúcar e também a questão política em relação ao etanol, nos é favorável nesse ponto. A gente acredita que, com preços positivos, o produtor de cana terá uma receita geral mais favorável. Considerando os outros anos, acho que esse é um ponto positivo para essa safra”, explicou o gestor corporativo da Canaoeste.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RELAÇÃO COM SAFRA
Um grande problema que o mundo enfrenta atualmente, é em relação as questões de mudanças climáticas, o que pode prejudicar a produção de cana. Segundo a associação, a previsão para 2023 é de que tenhamos um inverno chuvoso, o que preocupa os produtores em relação aos planos para a safra – o efeito El Niño.
“Temos que fazer um estudo mais aprofundado, trabalhar com nossos produtores para que garantam a colheitabilidade disso, porque no inverno chuvoso isso impacta muito, inclusive em compactação de solo. Precisamos garantir que, além da colheita, a gente não prejudique o canavial para a safra 24/25 que tem uma expectativa bastante positiva em relação a produtividade”, finalizou Almir Torcato.
CANAOESTE DE SERTÃOZINHO
A Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) tem 77 anos de atuação no setor e tem sede em Sertãozinho. Atende hoje mais de 90 municípios no estado de São Paulo, com 12 escritórios regionais. São mais de dois mil associados, que somam 3.500 propriedades e 40 unidades produtoras em mais de 120 mil hectares, somando sete milhões de toneladas de produção de cana-de-açúcar em 2022.
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