Força-tarefa apreendeu 2,6 mil cigarros eletrônicos nas escolas de MS

Em 2024, SES e SED se uniram para combater o uso de cigarros eletrônicos entre jovens e adolescentes

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Cigarros eletrônicos, conhecidos como "vapes", apreendidos em ação de fiscalização Foto: Vigilância Sanitária

Em 2024, mais de 2.600 cigarros eletrônicos e 700 essências foram apreendidos durante ações de fiscalização realizadas em Campo Grande e Três Lagoas. As operações são parte de uma iniciativa conjunta entre a SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a SED (Secretaria de Estado de Educação) para combater o uso crescente de cigarros eletrônicos em Mato Grosso do Sul.

Dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que 14,9% dos jovens de 18 a 24 anos no Estado utilizam esses dispositivos, que contêm substâncias prejudiciais, como nicotina, metais pesados e compostos cancerígenos.

Em resposta, a SES intensificou as ações de fiscalização, educação preventiva e promoção da saúde, com apoio de sua coordenadoria de Vigilância Sanitária, gerência de Prevenção e Controle do Tabagismo e gerência de Atenção à Saúde do Adolescente. Também foi implementado o “Protocolo de 5 Passos” para enfrentar a comercialização desses dispositivos.

No âmbito educacional, foram promovidas campanhas nas escolas da Rede Estadual de Ensino, integradas ao PSE (Programa Saúde na Escola). As ações incluem palestras, atividades de conscientização e o fortalecimento da parceria entre famílias, escolas e serviços de saúde.

De acordo com o governo estadual, o objetivo é não apenas informar sobre os riscos do cigarro eletrônico, mas também criar ambientes escolares mais saudáveis, com restrições ao uso desses dispositivos.

Desafio - O gerente de Apoio aos Municípios da SES, Matheus Moreira Pirolo, explicou que Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição no ranking nacional de consumo de cigarros eletrônicos, com 4% da população utilizando os dispositivos. O Estado fica atrás apenas do Paraná, que registra 4,5%.

“Para enfrentar esse desafio, o estado tem implementado medidas preventivas para dificultar o acesso a ‘pods’ e ‘vapes’, além de conscientizar a população sobre os riscos. Evitar o adoecimento grave causado pelo uso de cigarros eletrônicos também reduz os custos financeiros elevados que seriam exigidos pelos serviços de saúde”, destacou Pirolo.

Embora sejam frequentemente vistos como alternativas menos prejudiciais, os cigarros eletrônicos podem causar dependência severa e doenças graves, como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), lesões pulmonares associadas ao uso dos dispositivos, infarto, AVC, derrames e diversos tipos de câncer.

Além disso, reforçam a dependência química (nicotinismo), o que reforça a importância das ações preventivas adotadas pelo Estado.

Além de proteger a saúde dos sul-mato-grossenses, a secretaria destaca que a prevenção gera impactos econômicos positivos. A SES também incentiva a participação da sociedade, disponibilizando canais para denúncias anônimas sobre a comercialização ilegal de cigarros eletrônicos, como o 136 (Ouvidoria do SUS) e o 151 (Procon).

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