Justiça nega liberdade para cuidadora e patroa acusadas de tortura em creche

Defesas de Mariana Araújo Correia e Caroline dos Reis Rech tentaram habeas corpus para clientes

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Momento que Mariana de Araújo Correia, 26, foi presa em 27 de julho (Foto: PCMS/Divulgação)

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negou pedidos de habeas corpus feitos pelas defesas de Caroline Florenciano dos Reis Rech, 30, a dona de creche que operava cladestinamente em Naviraí, e da funcionária dela, Mariana de Araújo Correia, 26. As duas estão presas preventivamente (por tempo indeterminado) sob a acusação de torturar e dopar crianças que ficavam sob os cuidados delas.

Há cerca de um mês, o desembargador Ary Raghiant Neto indeferiu o pedido liminar de liberdade feito pelos advogados de Caroline. Mais tarde, a 1ª Câmara Criminal do TJMS confirmou a primeira decisão.

Para os desembargadores da Turma, a existência de condições favoráveis não pode induzir à concessão de liberdade provisória “quando presentes os requisitos da prisão preventiva”. No entendimento dos magistrados, no caso de Caroline, “é cabível a manutenção da prisão” e ainda não há motivos para substituir a segregação por medidas cautelares, conforme resumo da decisão publicado no Diário Oficial da Justiça. O habeas corpus tramitou em sigilo.

Já Mariana teve indeferido apenas o pedido liminar (urgente) de liberdade. Os argumentos da defesa ainda serão analisados por desembargadores do TJMS, que aguarda posicionamento do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) sobre manter ou não a prisão antes de tomar decisão.

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Local onde crianças ficavam sob os cuidados de Caroline Rech e uma funcionária (Foto: PCMS/Divulgação)

Denúncia – A dona de creche que operava clandestinamente em Naviraí e a funcionária dela, Mariana de Araújo Correia, 26, já foram denunciadas à Justiça e são rés pelos crimes de tortura praticado contra 13 crianças, maus-tratos contra 7 vítimas e por colocarem a saúde de 14 meninas e meninos em risco, dopando-os durante o período que estavam no estabelecimento. A denúncia, oferecida pela promotora de justiça Leticia Rossana Pereira de Almada, foi recebida pelo juízo da 1ª Vara Criminal da cidade no dia 26 de julho.

No dia 27 de julho, Mariana, que havia pagado fiança de 1 salário mínimo (R$ 1.320) para deixar a prisão, no dia 11 do mês passado, voltou para a cadeia. De acordo com a Polícia Civil, novos elementos surgiram na investigação e, por isso, foi pedida a prisão preventiva da cuidadora.

Mariana negou, em solo policial, ter agredido as crianças, mas contou que viu Caroline bater e beliscar os pequenos. Ela foi indiciada por expor a vida de outrem a perigo, porque foi filmada medicando bebê de 11 meses com remédio que fez a menina “apagar”. Porém, a investigação verificou depois que além de estar presente nos momentos em que Caroline praticou agressões físicas e verbais contra a garotinha e ter se omitido diante da tortura, a mulher também agrediu a bebê fisicamente.

Investigando denúncia de maus-tratos na “escolinha”, delegados e investigadores de Naviraí viram e ouviram, ao vivo, a bebê de 11 meses sofrendo agressões físicas e psicológicas numa segunda-feira, dia 10 de julho, quando instalaram câmeras escondidas, com autorização judicial, no “Cantinho da Tia Carol”. Além disso, assistiram à menina ser dopada.

Diante da violência e risco que crianças corriam nas mãos de Caroline, a equipe da Polícia Civil decidiu invadir a creche e prendeu as duas adultas que estavam no local.

Credito: CampoGrandeNews

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