Mudanças climáticas podem fazer ventos atingir 150 km/h em MS

Constatação é de equipe da Energisa que constantemente monitora o clima para reduzir danos ao sistema

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Equipe da Energisa que faz monitoramento constante do clima e outras ocorrências. Foto: (Divulgação)

As mudanças climáticas estão ampliando a velocidade dos ventos que sopram sobre o Mato Grosso do Sul. A constatação é da Energisa, que nos projetos de energia - principalmente para evitar a queda nas torres - teve que elevar a previsão de velocidade dos ventos que era de até 110 quilômetros por hora para até 150 km por hora.

Isso foi necessário porque 99% da distribuição de energia elétrica da Energisa é aérea, e por isso as redes estão sujeitas a tempestades, ventanias, e outros fenômenos climáticos. Diante disso a interrupção do fornecimento de energia é inevitável e até mesmo uma forma de proteção do sistema elétrica para que não ocorra uma interrupção generalizada.

A explicação é gerente de manutenção da empresa, Rodolfo Pinheiro que salienta que nos últimos meses a instabilidade vem causando desvantagens e uma alta incidência de queda de raios, picos de energia e prejuízos para a população sul-mato-grossense. Os picos são caracterizados por alterações súbitas na frequência da rede de energia elétrica. Dentre os principais motivos que ocasionam esses picos estão a queda de raios, pois estes são descargas de alta intensidade energética.

Em 2019, a Energisa detectou quase 2 milhões de raios, em Mato Grosso do Sul. Do total, cerca de 700 mil de nuvem solo (raios que começam na nuvem e terminam no solo) e mais de 1,2 milhão de descargas intra-nuvens (que acontecem no interior das nuvens Cumulonimbus), ocorrências naturais e que trazem risco à população.

'Essa alta incidência é geográfica - por estarmos em uma área central, onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades e raios que não vimos em outros Estados do País', diz.

Para ajudar a minimizar estes problemas, a empresa desenvolveu um programa para auxiliar as concessionárias do grupo. 'Temos um programa chamado NetClima. O programa atende a todas as concessionárias da Energisa no País. No passado, certificamos que o clima em MS está cada vez mais imprevisível e isso afeta diretamente o nosso negócio. Com este sistema conseguimos ver de forma precisa as informações diárias e em tempo real como está o clima em cada região.

Dependendo da situação de cada local, a nossa equipe fica preparada para entrar em ação e dar conta da demanda que sabemos que vai aumentar em virtude do tempo severo', destacou.

Clima severo - De acordo com o presidente da Energisa, Marcelo Vinhaes, MS tem umas das condições climáticas mais severas do Brasil. “Temos aqui no Estado umas das condições climáticas mais severas do Brasil e muito parecidas com as do sul do País, em estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina . “Quando você olha o MS a gente é mais parecido com sul do que o Centro Oeste em si', enfatizou.

Com isso, o MS vivencia ondas de choque climático quando entram as frentes frias vindas pelo sul do Estado. “Estas frentes frias entram destruindo. Elas vem do polígono dos tornados, onde estão os piores temporais que entram pelo sul e afunilam ai próximo da região sul do MS', explicou. Já a região de Campo Grande e o norte tem uma condição climática menos complexa. “Este miolo do MS onde tem maior concentração de pessoas tem características iguais aos estado do sul e onde existem mais ocorrências', destacou.

O presidente da Energisa explica que principalmente nesta região os ventos são constantemente monitorados. “Acompanhamos a velocidade dos ventos e eles afunilam de uma tal maneira que quando ele passa ele destrói a rede. O que mais encontramos pela frente é plantação de eucalipto deitada. E quando os nossos postes estão na mira eles deitam também', frisou.

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