Nota de Esclarecimento - Bancários da Caixa Econômica exigem respeito

Como sempre, estamos do mesmo lado do povo

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As filas formadas diariamente em frente às agências da Caixa Econômica Federal, para o pagamento do auxílio emergencial, têm revelado o drama de milhões de brasileiros, que hoje dependem do benefício para sobreviver, e, além disso, têm exposto as dificuldades de garantir atendimento digno e seguro.

O problema da população ganha visibilidade, mas as enormes dificuldades enfrentadas por bancários e bancárias para encarar esse desafio continuam sem a atenção necessária. Ao contrário, apesar do imenso esforço para continuarmos trabalhando e atendendo o público, somos alvos de críticas infundadas por total desconhecimento da realidade atual da categoria.

Os funcionários da Caixa têm consciência do seu papel social e orgulho de fazer parte de um banco público que, há mais de 150 anos, presta serviços à população mais necessitada.

Não há recusa ou falta de empenho no atendimento, apesar da recente redução de pessoal: nos últimos cinco anos, 15 mil funcionários deixaram o banco. Com esse quadro, a Caixa assume a responsabilidade de acolher as 50 milhões de pessoas habilitadas para receber o auxílio emergencial. Outros 26 milhões estão na fila, aguardando análise. Calcula-se que o número total de beneficiados possa chegar a 90 milhões de brasileiros.

Estes números trazem à tona o quadro de precarização do mercado de trabalho no país, fruto dos ataques aos direitos do trabalhador realizados nos últimos anos através da Reforma Trabalhista e de outras medidas. Quase metade da população brasileira está à margem do mercado formal de trabalho.

Os bancários têm enfrentado riscos diários, atendendo a filas inesgotáveis, para que os benefícios cheguem às mãos dos mais necessitados. Mesmo sem as condições ideais de segurança, os empregados da Caixa têm se desdobrado para executar a missão que lhes foi confiada.

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e as diversas associações de funcionários da Caixa, preocupados com a segurança e a saúde dos empregados, têm realizado incessantes cobranças e negociações para que não faltem nas agências equipamentos de proteção, como barreiras de acrílico, máscaras e álcool gel. E garantimos avanços nesse sentido.

Temos, ainda, insistido na necessidade de agendamento do atendimento, no investimento em campanhas informativas, na contratação de empresas para organização e triagem nas agências, além da incorporação das demais instituições financeiras no pagamento do auxílio, sendo que nenhuma dessas reivindicações, que minimizariam os problemas enfrentados, tenham sido atendidas até o momento.

Mesmo diante de todas as dificuldades, seguimos cumprindo nosso papel. Muitos bancários estão adoecendo, três já perderam a vida no município. Manter as agências abertas tem sido um esforço diário para os funcionários e o fechamento se dá apenas em caso de suspeita concreta de contaminação de um funcionário por coronavírus. Portanto, nesses casos, a suspensão do atendimento se torna necessária para que haja descontaminação da agência, garantindo a volta ao funcionamento com segurança para bancários e clientes.

Diante dessa realidade, nos causa profunda indignação saber que um jornalista é capaz de afirmar que “qualquer espirro leva ao fechamento de agências da Caixa”. Além de mentirosa, essa é uma fala absolutamente desrespeitosa com a nossa categoria.

Lamentamos profundamente que órgãos de comunicação prestem um desserviço num momento tão grave quanto o que vivemos. Assim como respeitamos os jornalistas, que têm papel importante e continuam em suas funções durante a pandemia, exigimos respeito ao nosso esforço diário, pois arriscamos nossa saúde e nossa vida para cumprir, com profissionalismo e consciência, o papel que nos cabe. Por Gerência de Comunicação - Fenae - Fed. Nac. das Assoc. do Pessoal da Caixa

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