Quase um terço das mulheres afirmam ter sido vítima de violência doméstica em Mato Grosso do Sul

Dentre as vítimas, 20% afirmaram terem sofrido violência no último ano

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67% das mulheres entrevistas afirmaram conhecer pouco a Lei Maria da Penha (Foto: Henrique Arakaki)

Pesquisa promovida pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal (OMV), aponta que 29% das mulheres de Mato Grosso do Sul já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar provocada por um homem. Dentre elas, 20% sofreram violência nos últimos 12 meses.

Segundo a pesquisa, os 29% registrados em Mato Grosso do Sul são equivalentes aos encontrados na pesquisa nacional, que tem média de 30%. Os estados do Rio de Janeiro (36%), de Rondônia (37%) e do Amazonas (38%) registram os maiores índices da pesquisa.

Ainda assim, 72% das entrevistadas afirmam que uma amiga, familiar ou conhecida já sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar. Deste número, os tipos de violência sofridos pela pessoa conhecida são dos mais variados, sendo as mais recorrentes a violência psicológica (89%), a física (87%) e a moral (84%).

O levantamento mostra ainda que boa parte das vítimas de Mato Grosso do Sul, a exemplo do que ocorre no Brasil, vivencia a primeira agressão ainda muito jovem. Para 30%, a primeira ocorrência se deu quando tinham até 19 anos de idade.

A pesquisa também questionou mulheres sobre seu nível de conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, a principal lei federal brasileira contra a violência doméstica. Segundo o levantamento, apenas 20% das entrevistadas se consideram bem informadas sobre a legislação.

Pesquisa

A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher teve como população-alvo mulheres com 16 anos ou mais residentes nos 26 estados e Distrito Federal. A amostra total foi composta por 21.787 entrevistas realizadas por meio telefônico.

Em sua 10ª edição, esta foi a maior e mais longa pesquisa realizada com mulheres no Brasil, sobre o tema da violência doméstica contra a mulher.

A primeira edição data de 2005, quando foi criada para servir de subsídio para a elaboração da Lei Maria da Penha, o que permite traçar uma evolução do cenário nacional.

As perguntas da pesquisa abordam, em um primeiro momento, a percepção das mulheres brasileiras sobre a violência contra as mulheres e temas correlatos e, em um segundo momento, apenas para as mulheres que sofreram violência, a vivência da violência, permitindo um retrato aprofundado da violência sentida na pele, na voz dessas mulheres.

A pesquisa completa pode ser acessada no site do DataSenado.

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