O período do outono e inverno é conhecido dos sul-mato-grossenses pelo tempo seco e muita variação de temperaturas. Com a diminuição das chuvas, a umidade relativa do ar tem chegado a 20%, o que reascende o alerta para os cuidados com a saúde.
Para o médico otorrinolaringologista, Celso Nanni Junior, da Unimed Campo Grande, um dos principais problemas que esse tempo traz para a saúde são os de origem respiratória.
'[...] Isso pode levar ao ressecamento das vias respiratórias e irritação das membranas mucosas, resultando em sintomas como tosse, congestão nasal, ressecamento da garganta e maior incidência de infecções respiratórias, como resfriados e sinusites', explica ele ao Jornal Midiamax.
Além disso, o profissional ressalta que a umidade baixa também propicia a pele seca - que fica áspera, descamativa e mais propensa a coceiras e irritações -, além de desidratação. 'As pessoas tendem a transpirar mais e perder líquido pela respiração, mesmo sem perceber. A desidratação pode causar fadiga, tonturas, dores de cabeça e outros sintomas', diz Celso à reportagem.
O especialista ainda elenca que em alguns casos, o tempo pode levar ao agravamento de doenças crônicas como asma, bronquite ou rinite alérgica.
Grupos de risco
Crianças abaixo de cinco anos, além de idosos e pessoas com comorbidades, estão nos grupos mais vulneráveis para as doenças respiratórias. No outono, são comuns as viroses respiratórias como as rinossinusites agudas, laringites e faringites virais.
O médico otorrinolaringologista, Bruno Higa Nakao, alerta para os distúrbios de vias aéreas inferiores, como crises de bronquite ou asma e, em casos graves, evolução para pneumonias.
É frequente que pacientes se queixem de tosse, rouquidão, irritação de garganta e nariz entupido ou coriza devido à inflamação das vias aéreas.
'Como vivemos em situação de vulnerabilidade devido à mudança climática abrupta e aglomerações em ambiente escolar e de trabalho, existe uma quebra da barreira da mucosa respiratória, estando as crianças a iniciar os quadros primariamente associados à baixa imunidade e que transmitem por gotículas de secreção aos pais e destes no trabalho, tornando um ciclo de difícil controle', diz.
Como se cuidar com o tempo seco?
Alguns cuidados podem ajudar a amenizar as consequências do clima seco e variação de temperatura, segundo Celso. A principal delas é a hidratação adequada.
'Beber bastante água ao longo do dia é essencial para compensar a perda de líquidos devido à transpiração. Evite o consumo excessivo de cafeína e álcool, pois eles podem contribuir para a desidratação', recomenda.
Além disso, com a umidade do ar baixíssima e municípios de MS entre as situações mais críticas do país, umidificar o ambiente tem um papel fundamental nesta época, conforme o médico otorrinolaringologista.
'Aumentar a umidade no ambiente ajudará a manter as vias respiratórias e a pele mais hidratadas. Certifique-se de limpar e trocar regularmente a água do umidificador para evitar a proliferação de bactérias e fungos', ressalta o profissional.
Atenção aos horários mais quentes
É recomendado que as pessoas evitem exposição prolongada ao ar livre em horários muito quentes e secos. 'Tente limitar o tempo que você passa em ambientes externos durante os períodos mais quentes e secos do dia, especialmente se você for sensível a condições climáticas extremas', orienta Celso.
Usar roupas adequadas - mais leves e respiráveis em climas quentes - para ajudar a manter o corpo fresco. Se necessário, proteger-se com chapéus e roupas de manga longa para evitar exposição direta ao sol.
Além de tudo, o médico orienta também a manter a casa limpa para reduzir o acúmulo de poeira e alérgenos. 'Use panos úmidos ao invés de espanadores secos, aspire regularmente e evite tapetes e cortinas que possam reter poeira', diz.
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